tag:blogger.com,1999:blog-1548356188910879073.post8762162130608097543..comments2024-02-29T09:32:31.897-08:00Comments on Arte, livros e velharias: Painel de azulejos do séc. XVIIIUnknownnoreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-1548356188910879073.post-68920548347919175052011-02-21T02:42:31.421-08:002011-02-21T02:42:31.421-08:00Que ideia essa de eu poder apagar o seu comentário...Que ideia essa de eu poder apagar o seu comentário! É claro q não aborrece nada, Manel, eu própria levantei estas questões porq gosto de ser esclarecida sobre certos termos de áreas q não domino bem. O problema é q sempre li muito em inglês sobre artes decorativas e antiguidades e como entendo sem precisar de traduzir, há termos q conheço bem em inglês mas não sei qual é o equivalente mais adequado em português. É o caso de “scroll” para o qual encontrei num dicionário generalista a tradução de “voluta”. Efectivamente começou por designar os rolos de pergaminho q serviam de suporte aos textos antigos, mais tarde o papel enrolado de documentos oficiais, diplomas, por exemplo. O termo alargou-se por analogia às linhas curvas enroladas nas pontas, usadas como ornamento em desenhos, molduras, mobiliário, o q corresponde a uma definição q encontrei no meu dicionário Webster: “an ornament of a coiled or spiral form, as the volute of the Ionic and Corinthian capitals;” por isso sei q aqueles desenhos da moldura dos painéis de azulejos são “scrolls”.<br />Só por curiosidade, formou-se um verbo a partir deste substantivo q se usa muito hoje em dia na linguagem informática q é “scroll up/down” e significa mover a informação para cima e para baixo no ecrã do computador, está a ver a analogia e a capacidade q a língua inglesa tem de se adaptar a novas situações?<br />Penso q não há problema nenhum em q os textos sejam didáticos, pelo contrário, <br />estamos sempre a aprender uns com os outros e é esta partilha de conhecimentos, consoante o saber de cada um q torna esta troca tão aliciante. Se fossem demasiado académicos é q podiam estar desadequados a este meio, mas não é o caso. <br />Discorra sempre à vontade sobre as ideias q estes posts lhe suscitarem q será seguramente bem-vindo.Maria Andradehttps://www.blogger.com/profile/06494904903124630572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1548356188910879073.post-26204298681843803782011-02-20T11:39:10.497-08:002011-02-20T11:39:10.497-08:00Peço desculpa pelo tom algo didático que vou tomar...Peço desculpa pelo tom algo didático que vou tomar, mas é uma forma de clarificar e ordenar também as minhas ideias, se a aborrecer não a levarei a mal se apagar o comentário, pois pode estar a mais!<br />Segundo alguns dicionários de termos de arquitectura (por exemplo, o "Arquitectural and Building trades Dictionary"), uma das traduções possíveis para o "scrollwork" - esta palavra está relacionada com as curvas de um pergaminho enrolado, o dito "parchment scroll" - será "volutas", mas o termo está ligado à tridimensionalidade arquitectural, enquanto o "scroll", e ainda segundo o mesmo dicionário, estará mais adaptado às formas para construção de mobiliário, por isso com uma dimensão mais "doméstica" e íntima (apesar de já ter visto este termo associado à descrição arquitectural).<br />Como seguramente sabe, pois é de conhecimento generalizado, um dos primeiros usos da "voluta" caracterizou o capitel da ordem Jónica, clássica.<br />Segundo o mesmo dicionário também existe o termo "volute", com um significado algo afim.<br />O termo "espiral" tem um significado ligado, preferencialmente, à linha bidimensional.<br />Quanto à formação do termo "Rococó", não conheço essa teoria sobre a sobreposição dos dois termos, nem nunca a vi publicada, mas não me admiraria se alguém a tomasse como uma possibilidade, desde que devidamente baseada.<br />Sei que o termo foi tomado no século XIX como pejorativo, sendo utilizado em vários outros países, Itália inclusive, e segundo tenho lido deriva do latim "rocca" (rocha), donde surgiu o "rocaille", pelo uso de muitos elementos arquitecturais decorativos a partir da aglomeração de pequenas rochas, termo aquele que derivou posteriormente para o "Rococó". <br />Por volta de 1760, em França, este estilo já estava ultrapassado, abrindo-se o caminho para outras vertentes mais clássicas que deu lugar ao denominado "Luís XVI".<br />Peço desculpa por escrever tanto e ser tão descritivo, mas são coisas pelas quais me interesso e acabo por discorrer sobre elas de forma quase automática ... tenho muito receio de aborrecer e não é esse o meu intuito, prometo tentar controlar-me :)<br />ManelAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1548356188910879073.post-1104320659246653302011-02-19T07:58:19.916-08:002011-02-19T07:58:19.916-08:00Olá Maria Isabel!
Já por várias vezes se referiu a...Olá Maria Isabel!<br />Já por várias vezes se referiu a Condeixa, q parece conhecer bem, mas só neste comentário tive a percepção clara do porquê - é q efectivamente quem vinha dos lados de Ansião para Coimbra, desembocava na Estrada Nacional Nº1 no centro de Condeixa, atravessava grande parte da vila, aliás, passava obrigatoriamente na rua e na casa onde eu nasci, mas isso a M. Isabel não sabia... :)<br />Realmente Condeixa é uma terra de palácios e a explicação q penso haver para isso é q como Coimbra estava na posse da Igreja e das Ordens Religiosas, as famílias nobres tinham q construir os seus palácios fora do seu termo e claro escolhiam terras aprazíveis próximas, como é o caso de Condeixa.<br />Beijos e bom domingo também para si.Maria Andradehttps://www.blogger.com/profile/06494904903124630572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1548356188910879073.post-20036160774597237282011-02-19T07:40:16.265-08:002011-02-19T07:40:16.265-08:00Luís, acho muito engraçado ter essa facilidade de ...Luís, acho muito engraçado ter essa facilidade de imaginar pessoas e cenas de épocas passadas em ocupações e cenários actuais, a participarem em actividades, religiosas ou outras, q ainda hoje se mantêm. É uma reconstituição histórica mental, q talvez se deva à sua formação em História... Só não estou a ver as meninas e senhoras fidalgas de caras empoadas a participar nas procissões, misturando-se com a "gentalha", vejo-as mais a acompanharem a celebração no recato das suas janelas ou debruçadas nas varandas dos seus palácios (e em Condeixa havia e há abundância deles, considerando o tamanho da localidade.)<br />A evocação das cenas da Paixão nestas procissões q ainda se realizam em Condeixa é muito emotiva ainda hoje e até eu, q não sou crente, já me tenho emocionado na procissão das velas, com todo aquele cenário nocturno de muita devoção à luz da vela (lembro-me do pregão da minha infância "Copo e vela 2 tostões!")o som de um coro de homens seguido de música fúnebre, em frente precisamente a este painel de azulejos, enfim, recria-se um ambiente q já me tem levado às lágrimas, mas se calhar é por me trazer recordações de infância em q eu ia à procissão com a minha avó paterna e outras pessoas muito chegadas q vão desaparecendo...<br />Foi bom falar destas coisas!<br />Bom DomingoMaria Andradehttps://www.blogger.com/profile/06494904903124630572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1548356188910879073.post-77755575415857396392011-02-19T06:11:06.487-08:002011-02-19T06:11:06.487-08:00Manel, achei muio interessante e elucidativa a dis...Manel, achei muio interessante e elucidativa a dissertação q aqui deixou sobre o Barroco e as referências ao Rocaille, q em Portugal se manifestou como Rococó. Há até quem defenda q o termo Rococó resultou da junção das palavras Rocaille e Barroco e parece-me plausível.<br /> Nas igrejas, e estou-me a lembrar, por exemplo, das igrejas de Ouro Preto, consegue ver-se bem a diferença entre o Barroco e o Rococó, este mais leve, com menos talha dourada e com muita pintura a branco ou a cores claras nos altares, mas noutras formas de arte já me é difícil distinguir.<br />Chamei volutas às formas enroladas, quase espiraladas da moldura dos azulejos, mas não sei se é o termo mais correcto. Em inglês chamam-se "scrolls" ou "scroll work", em português não tenho a certeza.<br />Obrigada pelo seu contributo, sempre esclarecido e interessante.<br />Bom DomingoMaria Andradehttps://www.blogger.com/profile/06494904903124630572noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1548356188910879073.post-66370151682625544652011-02-18T10:34:48.629-08:002011-02-18T10:34:48.629-08:00Olá Maria Andrade.
Parabéns pela foto. Painel lind...Olá Maria Andrade.<br />Parabéns pela foto. Painel lindíssimo, a meu gosto azul e vinoso.<br />Excelente estado de conservação.<br />Conheço este ou outros do género, tantas as vezes que passei por Condeixa a caminho de Coimbra. Paragem para beber um cafezinho, apreciar as ruínas de tantos palacetes por metro quadrado,no pais não deve existir igual, alguns incendiados pelos desertores do Buçaco. Ainda o solar com mais janelas no pais ao cimo da praça com o riacho.<br />Tanta história numa vila, ainda a casa Museu do"nosso" Fernando Namora...<br />Eu a divagar...<br />Desculpe também gosto imenso de Condeixa<br />Beijos<br />Bom fim de semana<br />IsabelCoysas e Loysas de Ansião e outras terrashttps://www.blogger.com/profile/12588583589393104767noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1548356188910879073.post-75185831268070729902011-02-18T07:53:25.547-08:002011-02-18T07:53:25.547-08:00O painel é magnífico com a cercadura barroca em co...O painel é magnífico com a cercadura barroca em cor vinoso. Evidencia o gosto arreigado pelo barroco, que português sentiu e que o leva a preferir este estilo até muito tarde<br /><br />Durante as procissões, as beatas e outras almas piedosas emocionar-se-iam com o sofrimento de Cristo ao olhar para este painel, com uma representação teatral da Paixão. No entanto, apesar do tema macabro é uma representação elegante, tal como muitas destas procissões deveriam ser nos finais do século XVIII com as senhoras e meninas fidalgas de caras empoadas e sinais falsos desenhados no rosto. A igreja e as Ordens religiosas também eram muito mais ricas que nos dias de hoje e as procissões deveriam ser verdadeiramente sumptuosas com imagens de mantos de brocado, muita prataria e ouro. <br /><br />Enfim, o painel apresentado fez-me recriar na minha cabeça uma procissão faustosa do período barrocoLuisYhttps://www.blogger.com/profile/12737099779813228389noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1548356188910879073.post-43840151278858776952011-02-18T07:42:45.120-08:002011-02-18T07:42:45.120-08:00Ainda bem que se vão encontrando ainda alguns test...Ainda bem que se vão encontrando ainda alguns testemunhos deste conjunto, que, no seu apogeu, deve ter sido fantástico, não que o não seja hoje, mas porque se deve ter perdido a maior parte! <br />Conheço Condeixa e dou conta da destruição que por ali grassou!<br />Este painel foi produzido, como a Maria Andrade refere, segundo o gosto Barroco, apesar de executado durante os anos em que em França se vivia o "Rocaille".<br />Sendo do conhecimento geral que nós, em Portugal, seguíamos de próximo os cânones franceses, é no entanto peculiar que o Rocócó, como ficou conhecido no nosso país, não angariasse muitos seguidores por aqui, excepto no Norte do país, onde nasceram vários edifícios sob o traço de Nasoni e Carlos Amarante, e de algumas obras isoladas, e mais eruditas a Sul, como Queluz, com infuências nitidamente francesas introduzidas por Robillon.<br />O Barroco manteve uma identidade mais ou menos forte e austera durante a fase do Rocócó português, estando traduzida na obra de Ludovice (um ourives alemão que, a par da ourivesaria, também desenvolveu os seus conhecimentos de arquitectura lá por Itália, e que aqui em Portugal praticou um barroco extremamente contido e até algo germânico), do húngaro Mardel, Mateus Vicente de Oliveira e Reinaldo dos Santos. <br />Em simultâneo, a necessidade de acudir à reconstrução de Lisboa durante toda a segunda metade do século XVIII obrigou a uma contenção e racionalização de despesas na arquitectura, mantendo-se esta com características que estão mais próximas já da simplicidade, ordem e austeridade classicistas, e a que se convencionou chamar de "pombalino".<br />No entanto os concheados que se observam na parte inferior e o movimento de curvas e contra-curvas no desenho da moldura, que em alguns sítios até parecem chamas, estão realmente aparentados com o gosto "rocaille". <br />No entanto, a simetria e o "trompe l'oeil" da moldura estão relacionados com a opulência racionalista ligada mais à arte barroca. <br />Afinal, o Barroco, como movimento de Contra-Reforma, é também uma arte cénica do "faz-de-conta".<br />Um bom final de semana<br />ManelAnonymousnoreply@blogger.com