Estamos no mês dos Santos Populares, dos arraiais, das marchas e das sardinhas, e os primeiros festejos da série são muito apropriadamente dedicados ao nosso simpático Santo António de Lisboa.
No imaginário popular, é aquele santo afável, companheiro de brincadeiras do Menino Jesus, também protetor dos namorados, fazedor de milagres e o mesmo que se fazia ouvir mais pelos peixes do que pelos homens.
Por tudo isso, tenho este meu Santo António do Pão - uma boa reprodução das lojas dos museus do IMC, a partir de um original do Museu da Guarda - especialmente florido durante o mês de Junho.
Gosto particularmente desta iconografia do santo, com hábito franciscano e com a sacola do pão ao ombro, atributo que simbolizará a vida e o alimento, mas também a fraternidade.
A cruz representará o seu desejo de se tornar missionário e mártir da fé - como os Santos Mártires de Marrocos, cujos restos mortais chegaram ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra quando Fernando de Bulhões ali se encontrava. O livro do Evangelho, sobre o qual se senta o Menino, simboliza a sabedoria de Santo António e o seu estatuto de Doutor da Igreja.
O original é em pedra calcária (talvez pedra de Ançã) policromada e mantiveram na reprodução os restos de policromia que ainda subsistem nesta escultura do Museu da Guarda.
O original é em pedra calcária (talvez pedra de Ançã) policromada e mantiveram na reprodução os restos de policromia que ainda subsistem nesta escultura do Museu da Guarda.
Todos sabemos que nasceu em Lisboa (1191), e morreu em Pádua (1232), mas já não serão tantos os que sabem que ele esteve muito ligado a Coimbra, não só à Igreja de Santa Cruz onde tomou ordens sacerdotais como cónego regrante de Santo Agostinho, mas também e sobretudo ao hospício franciscano dos Olivais, onde adotou o hábito franciscano e mudou o nome de Fernando (de Bulhões) para António.
Esse local, onde inicialmente existira uma capelinha dedicada a Santo Antão, veio a tomar o seu nome ainda no século XIII, como Convento de Santo António dos Olivais.
O convento franciscano acabou por se mudar para outro local da cidade, junto ao Mondego, mas nunca mais deixou de acorrer àquele santuário do alto o povo devoto a Santo António.
Assim, a primitiva e térrea cela do santo, sempre visitada pelo povo, tornou-se numa capela e no final do século XV, graças a esse culto antoniano, o cabido encomendou profundas obras de ampliação que deram lugar à igreja. Outras obras se seguiram, sendo as mais avultadas e prolongadas realizadas durante o século XVIII, obras que, no exterior, com a entrada em arcos e a escadaria ladeada por seis capelinhas, deram ao complexo o seu aspeto atual.
Visitei há pouco tempo este santuário onde só tinha entrado duas vezes: há muitos anos num casamento e há poucos anos num funeral, em ambos os casos de amigas minhas...
Os tesouros que ali se abrigam, em azulejaria, retábulos com talha, pintura e escultura não me cabe a mim descrever, prefiro aconselhar uma visita, que até pode ser guiada, mediante uma inscrição no programa de visitas guiadas a cargo da Casa Municipal da Cultura de Coimbra.
Mas a pequena jóia que é a sacristia, não resisto a mostrar aqui... só para aguçar o apetite!
Es una imagen muy especial,me gusta porque no es la imagen de un santo convencional y eres muy afortunada por tenerla
ResponderEliminarAlgunas iglesias encierran entre sus muros verdaderos tesoros
Un Abrazo
Olá Princesa Nadie,
ResponderEliminarMuito obrigada pelo comentário.
O original deste Santo António é de pedra, muito rústico, e por isso ele tem este ar antigo e autêntico.
Beijos
Hi Maria,
ResponderEliminarWhat a fabulous building the Franciscan convent is. It must be something to see in person. Thank you, my friend, for stopping by to congratulate me on my magazine feature. I really appreciate it and you. Hope you're having a nice weekend.
Blessings,
Sandi
Hello Sandi,
EliminarThanks for your visit and nice comment even though this isn't a tea post.
We have a rich heritage in Portugal, with plenty of places like this one, full of history and artistic value...
You must come and visit us some day!
Hugs
Os museus nacionais portugueses fazem réplicas de belíssima qualidade. Eu costumo perder-me com as cópias das mangas de farmácia dos séculos XVII e XVIII.
ResponderEliminarNão conhecia esse Santuário, que é muito bonito, quer a arquitectura exterior quer a interior. Sei que pertence a um tipo arquitectónico muito próprio de Portugal e do Brasil, o Santuário Escadório. O Bom Jesus de Braga ou o Sameiro são também exemplos típicos dessa arquitectura.
O seu post recordou-me que tenho uma réplica de um registo do séc. XVIII, pertencente ao Machado de Castro, representanto Santo António da Sé de Coimbra. Será talvez ocasião para aproveitar o mote do seu post e continuar...
bjos
Há muito por onde escolher nestas reproduções das lojas dos museus IMC. Ainda hoje entrei, pela enésima vez :), no Museu Monográfico de Conímbriga e lá estava um Santo António igual a este, um jarro de faiança de secção quadrangular, azul e branco, onde me ficam sempre os olhos, e também reproduções de jóias romanas, de que já tive uns brincos que usei imenso, mas entretanto perdi um.
EliminarDe resto, só tenho duas reproduções de porcelanas chinesas, porque estas peças são boas mas obviamente não são baratas.
Acho muito boa ideia que continue este mote e aproveite esta época para publicar a sua réplica do registo de Santo António da Sé de Coimbra.
Cá fico a aguardar.
Beijos
Ainda bem que uma reprodução deste Santo António do Pão foi adquirida por uma pessoa de grande sensibilidade e conhecimento. Fui feliz nesta ideia e projeto concretizado!!!
ResponderEliminarMuito obrigada!!!! Pelas suas palavras amáveis e por lhe dever a si - infelizmente não lhe conheço o nome - a possibilidade de conviver com uma peça magnífica!
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