Caneca quadrilobada com 20cm de altura e 10cm de largo |
Trata-se de uma pequena localidade à entrada da Figueira da Foz, junto à estrada de Coimbra, que eu conhecia desde miúda de passagem, nas viagens com destino às férias na Figueira e de regresso a casa. No entanto, nunca tinha ouvido falar da existência de qualquer olaria ou unidade industrial que se dedicasse ao fabrico de faiança por aqueles sítios.
Nunca mais tive oportunidade de confirmar a informação da ficha, mas este ano, o responsável pela cerâmica do Museu Municipal, pôs-me nas mãos um documento precioso, intitulado "Retalhos da História da Cerâmica..." um trabalho de estágio realizado no ano letivo de 1976-77 na Escola Preparatória Dr João de Barros, da Figueira da Foz. Ali se transcrevem entrevistas a antigos trabalhadores e a descendentes, alguns já octogenários, dos proprietários de fábricas de cerâmica do concelho da Figueira, tendo sido nessa altura que esta peça de faiança deu entrada na coleção de cerâmica do Museu Municipal Santos Rocha, por oferta dos netos do fabricante de Carritos, Sivestre Vaz dos Santos.
O filho deste, com o mesmo nome, nascido em 1900, referiu em entrevista que a fábrica dos Carritos iniciou laboração antes do seu nascimento, mas só se aguentou no fabrico de louça branca até aos tempos da primeira Grande Guerra, porque faltava o estanho para os vidrados. Deste relato terá resultado a datação da caneca azul e branca com decoração Cantão. A produção nunca terá sido grande já que era o pai que fazia quase tudo, com alguma ajuda familiar, vindo apenas de vez em quando um pintor de Carvalhais de Lavos pintar a fornada. .
O avô do entrevistado, Manuel Vaz dos Santos, já era proprietário de uma fábrica de louça branca em Caceira - localidade muito próxima de Carritos - para a qual mandou vir oleiros de Coimbra no final do século XIX. Com eles, Sivestre Vaz dos Santos pai aprendeu a arte que praticou em Carritos.
A fábrica de Caceira é referida por José Queirós como sendo propriedade de Vaz dos Santos & Pinto, em 1902.
É precisamente desta fábrica o vaso ornamental que se segue, pertencente a um par, e que também faz parte da coleção de cerâmica do Museu Municipal Santos Rocha.
Mais uma surpresa para mim! Quando vi os dois vasos decorados com as armas reais, com aqueles relevos e esponjados, imaginei serem fabrico do Norte e afinal eram produtos de aqui bem perto!
O filho deste, com o mesmo nome, nascido em 1900, referiu em entrevista que a fábrica dos Carritos iniciou laboração antes do seu nascimento, mas só se aguentou no fabrico de louça branca até aos tempos da primeira Grande Guerra, porque faltava o estanho para os vidrados. Deste relato terá resultado a datação da caneca azul e branca com decoração Cantão. A produção nunca terá sido grande já que era o pai que fazia quase tudo, com alguma ajuda familiar, vindo apenas de vez em quando um pintor de Carvalhais de Lavos pintar a fornada. .
O avô do entrevistado, Manuel Vaz dos Santos, já era proprietário de uma fábrica de louça branca em Caceira - localidade muito próxima de Carritos - para a qual mandou vir oleiros de Coimbra no final do século XIX. Com eles, Sivestre Vaz dos Santos pai aprendeu a arte que praticou em Carritos.
A fábrica de Caceira é referida por José Queirós como sendo propriedade de Vaz dos Santos & Pinto, em 1902.
É precisamente desta fábrica o vaso ornamental que se segue, pertencente a um par, e que também faz parte da coleção de cerâmica do Museu Municipal Santos Rocha.
Mais uma surpresa para mim! Quando vi os dois vasos decorados com as armas reais, com aqueles relevos e esponjados, imaginei serem fabrico do Norte e afinal eram produtos de aqui bem perto!
Vaso ornamental de um par fabricado em Caceira |
Pormenor interessante das zonas laterais onde habitualmente se inserem as asas |