Apesar de as sessões semanais de Tea Cup Tuesday, Tea Time Tuesday, Tuesday Cuppa Tea... serem maioritariamente frequentadas por público feminino, esta semana resolvi dedicar este post a um tipo de chávena usado por cavalheiros... com bigodes!
É verdade que muitas senhoras também têm o seu buçozinho, mas não me consta que alguma vez tenham cultivado farfalhudas bigodaças!!! (nem quero pensar como é que o Google Translator se vai desenvencilhar com este texto...)
É verdade que muitas senhoras também têm o seu buçozinho, mas não me consta que alguma vez tenham cultivado farfalhudas bigodaças!!! (nem quero pensar como é que o Google Translator se vai desenvencilhar com este texto...)
A capacidade inventiva dos nosso antepassados, os requintes a que se entregavam as classes endinheiradas, são algo que nos surpreende quando nos deparamos com objetos do seu quotidiano, hoje para nós totalmente desconhecidos e impensáveis.
A chávena para bigodes (tasse à moustache ou moustache cup) é um desse objetos.
Esta é o único exemplar que tenho, foi comprada há anos não me recordo onde, mas certamente numa feira de velharias, e desde então só me lembro de ter visto uma ou duas à venda.
Não apresenta qualquer marca, mas com estes efeitos iridescentes na porcelana e os desenhos dourados muito fluidos e ondulantes, acredito que seja do período Arte Nova e como pela pega me parece alemã diria que é do Jugendstil, mas não será uma peça muito representativa...
Bem, isto sou eu com a mania de identificar e de situar a origem das peças. :)
Geralmente atribui-se a invenção deste tipo de chávena, a Harvey Adams, um fabricante inglês de Longton, Stoke-on-Trent, que, segundo o site the potteries.org operou em Longton de 1872 a 1886. Nascido em 1835, pensa-se que terá inventado a chávena nos anos 60 do século XIX.
A verdade é que até ao início do século XX, por todo o mundo (talvez não em Portugal) foram fabricados belíssimos exemplares de moustache cups.
Encontrei num site canadiano várias chávenas de que escolhi três para partilhar aqui: a primeira japonesa, a segunda alemã e a terceira inglesa, a minha preferida.
Foram certamente muito úteis e a minha chávena mostra sinais de muito uso. Cavalheiro vitoriano que se prezasse seguia a moda da época e exibia um grande e retorcido bigode, que devia dar muito trabalho a manter em boa ordem e limpeza. Daí a dificuldade que teriam em ingerir em público quaisquer bebidas ou caldos. Imagine-se um espumoso chocolate quente agarrado àqueles bigodes ou, quando eram pintados ou encerados, fluidos pastosos a pingar dos ditos para o chá ou para o café num salão cheio de senhoras!!! Não seria nada fácil a vida destes cavalheiros! E lá veio o Harvey Adams ou outro qualquer industrial cerâmico em seu auxílio!