quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cabeça de santo de roca?


Encontrámos esta cabeça de santo à venda na feira de velharias em Aveiro e, como gostámos da escultura e estava com um preço acessível, decidimos trazê-la para casa.
Quero crer que se trata de um santo de roca cujo corpo ou estrutura de armação, de madeira de inferior qualidade, tenha sido invadido pelos xilófagos e deitado fora.

Tem dimensões consideráveis - 22cm de altura e 16cm de diâmetro.
O meu marido já arranjou uma base mais ou menos cúbica, de madeira, que vai escurecer à cor do cabelo, para podermos expor a peça. Depois volto a mostrá-la aqui.
Para as primeiras fotografias, o pescoço foi enfiado num pequeno pote de cerâmica e até parece uma gola alta...(LOL)
Será um Santo António de Lisboa, assim imberbe e com ar de menino?
Confesso a minha ignorância nesta área de santos de roca, mas encontrei informação relevante num post com a etiqueta escultura, datado de 14/10/2009 do blogue Velharias, de que sou seguidora.



3 comentários:

  1. Que espanto! Parece de facto ter pertencido a um Santo de roca, e a julgar pela tonsura deveria representar talvez um santo franciscano. Mas quem sabe? Também poderá ser a parte de cima de um busto relicário. O Museu Abade Baçal tem umas quantas dessas peças.

    Adoro fragmentos de obras. Tem tanta poesia! Recordam-se sempre um dos melhores ensaios de sempre sobre história de arte, assinado por uma escritora, “O Tempo esse grande escultor”, a Yourcenar, em que dizia que hoje graças à arte moderna, sabemos apreciar fragmentos, ao contrário dos Séculos XVIII ou XIX, em que só gostavam das obras de arte completas, das esculturas com braços, pernas e cabeças e por essa mesma razão faziam restauros integrais, que roubavam às obras aquela poesia que o tempo lhes esculpiu. Com sua lucidez e grande entendimento da alma humana, esta Senhora, que era uma mera literata bateu aos pontos os historiadores de arte e os historiadores em geral no seu próprio campo.

    Pronto, já divaguei outra vez como a Maria Isabel. Andámos a ficar parecidos. Lol

    Relativamente à peanha para expôr a peça, permitia-me sugerir-lhe talvez um suporte acrílico. É o que usam nos museus. Aqui em Lisboa há umas quantas casas de acrílico ali na Junqueira, perto de Belém, que fazem peças por encomenda, mas não sei se as encontrará perto de si. Talvez no Porto.

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  2. Olá Maria Andrade
    Esta cabeça que gosto mais de chamar de busto é de facto deliciosa, prende o olhar, há nela muita expressividade e harmonia
    Quanto ao suporte, adoro contrariar o Luís, a minha irmã a partir de um postigo de um pipo
    ( não sei se conhece é em forma em arco com um espigão ao meio) precisamente ela fez dele um suporte para uma escultura em madeira que tinha trazido de algures, ficou um espanto
    Ainda outra que encontrou num aldeia uma coluna de pedra que serviu de suporte a um pequeno varandim e nele encastrou outra escultura, igualmente ficou maravilhosa...pessoalmente não gosto nada de acrílicos
    Perdoa-me a franqueza e o Luís também
    Gostos não se discutem!

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  3. Obrigada aos dois pelos comentários e pelas sugestões.
    Efectivamente, pensámos em primeiro lugar numa base em acrílico, q já temos visto em museus e em galerias e gostamos de ver. Também seria fácil mandar arranjar por aqui, em Coimbra pelo menos. Mas depois encontrámos num catálogo online de uma leiloeira, penso q na MdS (Marques dos Santos)cabeças de santos de roca com base em madeira e também gostámos de ver. Como a madeira nos fica gratuita e o meu marido gosta de fazer acabamentos em madeira, optámos, para já, por esse suporte. Tem graça q também anda aí pelos anexos um postigo de pipo de q fala a M Isabel, mas não nos lembrámos dele.
    Conheço os bustos relicários do Museu de Bragança e fui revê-los à Matriznet, mas parecem-me inteiriços, isto é, cabeça e corpo esculpidos no mesmo bloco de madeira, enquanto a cabeça e pescoço deste santo parece mais ser um elemento solto q encaixava num corpo. Daí conjecturar q fosse um santo de roca.
    Quanto às divagações do Luís, são elas q enriquecem os comentários e gostei do q escreveu sobre a Marguerite Yourcenar. Dela só li as incontornáveis "Memórias de Adriano" e os "Contos Orientais", mas presto-lhe a minha homenagem. Prosa poética está ali!!!
    Abraços
    Maria A.

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