segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Porcelana Spode do primeiro período - Early Spode porcelain

Mais uma terça-feira  se aproxima, em que vou participar nos eventos ligados ao chá com Tea Cup Tuesday, Tea Time Tuesday e ainda Teapot and Tea Things Tuesday.
Josiah Spode I (1733-1797)

Esta chávena e pires com a marca Spode é datável do início do Século XIX, já do período de fabrico da bone china, um tipo de porcelana de pasta tenra cuja fórmula incluia pó de osso (bone) calcinado e cuja invenção é atribuída ao primeiro Josiah Spode da dinastia de fabricantes com este nome, sendo sobretudo desenvolvida pelo filho, Josiah Spode II (1754-1827).




Comprei o pires numa feira de velharias em Portugal, já não me lembro quando ou onde, e só uns anos depois encontrei a chávena à venda no eBay, numa época em que, antes de ter o blogue, passava o tempo livre a pesquisar sobre porcelana inglesa na internet. Foi uma circunstância feliz que me permitiu reunir as duas peças desemparelhadas e acabei por ficar com um conjunto relativamente barato, cerca de 30 euros, considerando a idade, a qualidade da porcelana e da decoração e o prestígio da marca.


O padrão decorativo 1443 está datado, num livro de padrões Spode, de cerca de 1810, o que significa que o da chávena e pires acima, com o número 889, foi criado em data anterior a essa e o do pires em baixo em data  posterior, durante o período Regência (1811-1820).



A chávena é dum formato muito usado nessa altura, a "bute shape" para que não consigo encontrar um termo equivalente em português, mas tem a ver com a forma de bojo arredondado semelhante à das taças de chá em porcelana chinesa que os europeus, antes de se fabricar porcelana na Europa, passaram a conhecer e a usar  depois de os portugueses iniciarem as relações comerciais com o Oriente.

Livro de padrões Spode

A Fábrica Spode manteve-se na família que lhe deu o nome até 1833, sendo então adquirida por William Copeland e Thomas Garrett, a sociedade Copeland & Garrett, anos mais tarde, a partir de 1847, só Copeland.
Assim se manteve no fabrico de porcelana e de faiança transferware até à segunda metade do século XX , vindo a recuperar o nome Spode em 1970.
Os fornos garrafa da Fábrica Spode em Stoke-on-Trent, no início do séc. XX.





terça-feira, 22 de novembro de 2011

Chávenas Vista Alegre com motivo oriental - Vista Alegre cups with oriental pattern


Não, não fui novamente tomar chá na varanda. O tempo começa a estar frio para isso.
Fui apenas à procura de uma luz natural decente para tirar as fotografias, já que dentro de casa, àquela hora, já não dava...
Assim, mais uma vez com chávenas da Vista Alegre, vou participar nos eventos do chá à terça-feira - Tea Cup Tuesday, Tea Time Tuesday e Teapot and Tea Things Tuesday.

A Vista Alegre, como muita outras fábricas de porcelana europeias, tem no seu percurso criativo vários motivos que se inspiram em cenas orientais. Este é de entre esses motivos, um que acho muito atrativo, pelas cores vibrantes e os ricos dourados, muito ao estilo da cerâmica japonesa, a lembrar Satsuma.



É interessante verificar que este modelo de chávena está decorado no interior enquanto a chávena de café em baixo tem o mesmo motivo aplicado por fora, decorando-a em toda a volta.




Este motivo da Vista Alegre foi produzido durante várias décadas do século XX, a avaliar pelas marcas que aparecem nestas peças: o V.A. em baixo à direita foi introduzido em 1921; VA com as letras ligadas foi introduzido em 1947 e usado até 1968;

                                                                                                                                      
                     








     
                  
Entretanto,  o Flávio Teixeira, do "Trapos Cacos e Velharias", enviou-me um link de acesso ao catálogo do VII Leilão Vista Alegre, que mostra um tête-à tête com o mesmo motivo, só que de acordo com a descrição, a marca é do período 1881-1921.
Agradeço ao Flávio esta atenção  que me permitiu ficar a conhecer mais um período de fabrico deste motivo, anterior ao que eu imaginava, e disponibilizar aqui a informação.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Faiança inglesa Davenport

 

Este motivo ou padrão decorativo da Davenport é conhecido por Rhine Pattern ou Rhenish views, já que apresenta várias paisagens imaginárias da Alemanha ao longo do rio Reno.
Cada tipo de peça de um serviço terá uma cena diferente, mas todas com a presença do Reno - a grande estrada fluvial do centro da Europa, ligando a Suiça ao Mar do Norte - e das suas margens onde se desenvolveram mais de 20 grandes cidades europeias, na maioria alemãs, mas também da Suiça, da França e da Holanda (Basileia, Estrasburgo, Düsseldorf, Colónia, Roterdão, Bona, Mainz...)
Não admira, por isso, que nas paisagens deste padrão se vislumbrem ao longe os contornos de cidades com casario, torres, cúpulas e castelos.  
Comprei estas peças em ocasiões diferentes e comprarei mais se encontrar este padrão com outras paisagens, mesmo com alguma fratura, como acontece com o prato de sobremesa. Tenho sempre a curiosidade de ver se a marca corresponde ao mesmo período de fabrico e que elementos foram introduzidos nas várias paisagens imaginadas.


As marcas que se vêm gravadas na pasta têm inscritos os dois últimos dígitos do ano de fabrico, um de cada lado da âncora, o que permite datar a travessa de 1860 e os dois pratos, de jantar e de sobremesa, de 1836.
De qualquer forma, quando se vê a marca Davenport numa peça de faiança ou de porcelana, pode-se logo ter a certeza de que ela foi fabricada em data anterior a 1887.
Com efeito, a firma Davenport foi fundada por John Davenport (1765-1848) em Longton, Staffordshire, em 1793, iniciando mais uma dinastia de ceramistas ingleses - a par das famílias Spode e Wedgwood - à frente dos destinos de uma marca de prestígio que só terminaria, com esse nome de família, em 1887. 






O gosto romântico pelas paisagens europeias, geralmente da Europa do sul, mas também do centro, como neste caso, desenvolveu-se na Inglaterra graças às experiências dos jovens ingleses durante o Grand Tour, uma espécie de rito de passagem à idade adulta com um banho de cultura a que eram sujeitos os mancebos aristocratas ou da burguesia endinheirada,  para finalizar a sua formação académica com conhecimentos de Arte e Humanidades. Viajavam pela Europa acompanhados de um tutor, visitavam museus, monumentos ou as ruínas das civilizações clássicas e depois regressavam mais cultos e com a bagagem cheia de obras de arte ou de contactos para as encomendarem.
Hoje em dia ainda se cultiva essa tradição no chamado Gap Year ou, nos Estados Unidos, Year Off, só que  os limites temporais e espaciais da experiência alteraram-se significativamente: graças à facilidade e rapidez de transportes esse período vai agora de 6 meses a um ano - no passado podia durar de um a vários anos - e o espaço a conhecer alargou-se da velha Europa a todo o mundo.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Jarras de altar em faiança das Caldas

Hoje resolvi mostrar aqui faiança das Caldas por me lembrar que o amigo Fábio Carvalho do Porcelana Brasil  está por estes dias envolvido num projeto artístico na Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro nas Caldas da Rainha... e quero desejar-lhe o maior sucesso!


Mesmo para quem não se deixa perder de amores pela tradicional e secular faiança das Caldas - muitas vezes injustamente associada exclusivamente à brejeirice de uma certa produção - estas cândidas jarras de altar provocam sempre uma adesão imediata pelo seu caráter de genuína arte popular.


Os dois meninos semi-nus  a servir de asas, segurando uma bola na mão, poderiam representar o Menino Jesus a segurar o globo terrestre se não estivessem em duplicado, porque o Menino Jesus que nós conhecemos não teve nenhum irmão gémeo... :)  Mas a imaginação popular opera milagres!


Na parte de trás de cada jarra a decoração simplifica-se mas mantêm-se as cores principais - verde, creme ou camurça e castanho - e vê-se que os meninos se sentam numa base de musgo, a evidenciar o uso da técnica do musgado introduzida na cerâmica caldense por Manuel Cipriano Gomes, o Mafra.
Estas jarras não estão marcadas, mas as jarras de altar com os dois meninos são muito típicas das Caldas, pelo menos já aparecem na produção de Manuel Mafra incluídas no catálogo da exposição "Manuel Mafra 1829-1905: Mestre na Cerâmica das Caldas", IMC, Caldas da Rainha, 2009.



Os três exemplares deste tipo que aparecem neste catálogo têm a marca da coroa gravada na pasta, acompanhada da inscrição  M. MAFRA-CALDAS-PORTUGAL.


Voltando ao meu par de jarras, foram compradas há uns anos na Feira de Algés, a um vendedor que traz um ajudante e está sempre rodeado de muita gente, incluindo outros vendedores. Não foram nenhuma pechincha, nessa altura a faiança estava mais cara, mas quisemos trazer os quatro meninos para casa, embora um já tivesse perdido os pezinhos (antes os pés que a cabeça!)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Azulejos neoclássicos

Já toda a gente por aqui sabe que o meu gosto por cerâmica, tanto porcelana como faiança, se estende à azulejaria, apesar de já há algum tempo não fazer um post sobre azulejos.
Desta vez vou mostrar uma inovação: um pequeno painel de azulejos que finalmente nos decidimos, eu e o meu marido, a aplicar numa parede, copiando descaradamente a ideia do LuísY  que tem vários aplicados  nas paredes da  sua casa.


A verdade é que gosto muito de os ver nas fotografias que o Luís tem mostrado no blogue e quis ver o efeito aqui em casa, com um pequeno conjunto só de seis azulejos; talvez venha a comprar mais, para o aumentar um pouco.
Ficaram enquadrados pelos pés duma mesa de jogo e as cores  adequam-se na perfeição aos tons das faianças Carvalhinho que tenho neste recanto.


Como sempre achei que os dois azulejos com a folhagem  azul deveriam ficar ao meio, isso condicionou toda a composição, porque tiveram que ficar em espelho e depois houve dois que já não encaixaram nessa posição.
Este padrão com as fitas a azul permite outras combinações que chegámos a ensaiar e fotografei uma que também ficava muito bonita, mas gostámos mais de ver aquela espécie de medalhão ao centro.


Sem dúvida, estes azulejos estão entre os meus preferidos do final do século XVIII, com as decorações de flores e fitas ao estilo neoclássico do reinado de D. Maria I. Fazem decorações muito leves, muito graciosas e femininas.
Encontrei exemplares destes num painel belíssimo reproduzido na obra "Cerâmica Neoclássica em Portugal", IPM, Lisboa, 1997.


Trata-se de um silhar com fabrico atribuído a Lisboa, 1785-1790. Aqui, para além da lindíssima cercadura, surgem duas reservas circulares sobre o padrão, com paisagens ribeirinhas e figuras a manganés.
Na minha opinião, um verdadeiro regalo para os olhos! Nesta obra, que eu não possuo mas  requisito muitas vezes, encontram-se várias outras maravilhas do género.


Entretanto, a If, na sequência da referência do Manel à obra que foi publicada há uns anos sobre a produção da Real Fábrica de Louça ao Rato, enviou-me a fotografia da capa e também da página onde se encontra o painel com azulejos neoclássicos iguais aos meus. Verifico também aqui  que as flores eram colocadas sempre para cima, por isso os meus azulejos ainda vão sofrer uma pequena alteração (só precisamos de mudar a posição de dois deles, o inferior centro e o inferior direito), mas talvez só quando tiver mais para acrescentar.

 Assim fico a conhecer mais uma cercadura que se adequa lindamente a este padrão, o problema é encontrar azulejos com este desenho ou outro semelhante em número suficiente...


Muito obrigada aos dois, Manel e If, por este precioso contributo para o post e para o futuro desenvolvimento do meu painel.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Serviço de chá Arte Déco - Art Deco teaset



Depois de muitas participações nos eventos internacionais de terça-feira relacionados com o chá -  Tea Cup Tuesday, Tea Time Tuesday e também Teapot and Tea Things Tuesday -  com porcelana portuguesa da Fábrica da Vista Alegre, venho hoje participar novamente com porcelana portuguesa, mas desta vez com porcelana de Coimbra, da Sociedade de Porcelanas (S.P.).
After a lot of participations in the international tea related events on Tuesday - Tea Cup Tuesday,  Tea Time Tuesday and also  Teapot and Tea Things Tuesday - with Portuguese porcelain of the Vista Alegre Factory, today I'm participating with Portuguese porcelain again, but this time with Coimbra porcelain made by the Sociedade de Porcelanas (Porcelain Partnership).




A fábrica  Porcelana de Coimbra foi  fundada no início dos anos 20 do século passado - por escritura datada de 1922, cuja foto foi apresentada pelo MAFLS, mas já se encontraria em laboração anteriormente - e usou como  marca as figuras centrais do brasão da cidade de Coimbra. Em 1936, encontrando-se com dificuldades financeiras, foi adquirida em partes iguais pela Fábrica de Porcelana da Vista Alegre e pela Empresa Electro-Cerâmica do Candal, até que, em 1945, também a Electro-Cerâmica passou para a posse da Vista Alegre. Esta empresa tornou-se assim, nessa altura, a única proprietária da Sociedade de Porcelanas de Coimbra que continuou no entanto a manter produção própria com a sua marca Coimbra S. P. que já tinha introduzido e se vê em baixo. Foi encerrada em Dezembro de 2005.
The Porcelana de Coimbra factory was established in the early 20s of the past century and it used the central figures of Coimbra city coat of arms as its backstamp. In 1936, facing financial difficulties, it was purchased in equal shares by Vista Alegre Porcelain Factory and by Empresa Electrocerâmica do Candal, starting together the Sociedade de Porcelanas de Coimbra, until in 1945 Electrocerâmica was also taken over by Vista Alegre. Thus, this company became the sole owner of Sociedade de Porcelanas de Coimbra, which, nevertheless, kept its own production and its own backstamp, Coimbra S. P., which it had already introduced and you can see  below. It was closed in December 2005.



Este serviço terá tido originalmente 12 chávenas e pires,  bule, açucareiro, leiteira, manteigueira e dois pratos de bolo, como era hábito nos serviços de porcelana portugueses deste período.
This set must have had, originally, 12 cups and saucers, teapot, sugar bowl, creamer, butter dish and two cake plates, as was usual in Portuguese porcelain teasets of this period.


A este faltam muitas peças, entre elas o açucareiro, mas encontrei há tempos um do mesmo modelo mas com outra decoração e resolvi acrescentá-lo aqui para se ver a sua  bonita forma, a rivalizar com as formas da leiteira e da manteigueira.
In this one,  a lot of pieces are missing, among them the sugar bowl, but some time ago I found one of the same mould but with another decoration and I decided to add it here so that you can see its pretty shape, rivalling the shapes of the creamer and of the butter dish.






Infelizmente já sem tampa, uso a manteigueira para servir compotas ou para pequenos bolos a acompanhar o chá.
Unfortunately without the lid, I use the butter dish to serve jam or  small cakes or cookies to accompany the tea.


Finalmente o tabuleiro, de que gosto muito, também um modelo típico deste período, com a superfície em espelho embelezado pelo trabalho português de lapidação, moldura em madeira com aplicações de rosas em metal e as pegas cilíndricas a preto.
Finally the tray, which I like a lot, also a typical model of this period, with the mirror surface, embelished by the Portuguese cut-glass work, wooden frame with metal roses  and the cylindrical handles in black.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Culto de afetos

Desde o passado fim de semana e até quarta-feira, Dia de Finados, mas sobretudo no feriado de 1 de Novembro, o Dia de Todos os Santos para os católicos, a vida de muitas pessoas nas nossas cidades, vilas e aldeias, centrou-se nas idas aos cemitérios, primeiro para tratar de todos os trabalhos de limpeza e embelezamento das suas campas e depois para acender velas e luminárias, e assim recordar e prestar  homenagem a amigos e familiares já falecidos. Em algumas terras aqui à volta há missas, rezas, procissões, rituais católicos a que os crentes se associam. 


Essencialmente, para crentes ou não crentes, são dias que dedicamos a pessoas que fizeram parte das nossas vidas, que amámos e nos amaram mas já não estão presentes, e portanto eu chamar-lhe-ia uma celebração de afetos.
Assim, da mesma maneira que nos blogues americanos e de outros países de língua inglesa não faltaram  posts dedicados ao Halloween - já nem vale a pena explicar o que é porque de há uns anos para cá também no nosso país não faltam celebrações do Dia das Bruxas a 31 de Outubro - achei que esta semana vem muito a propósito falar deste assunto e mostrar aqui um conjunto de objetos que encontrei há uns anos na Feira da Ladra e se relaciona com o nosso culto dos mortos.







 São placas de vidro pintadas com imagens de campas e de flores e com dedicatórias a um ente querido falecido, com aros em metal, talvez chumbo ou zinco.
Imagino que estas placas se destinariam a ser penduradas  no interior dos jazigos - ou capelas como se chamam por aqui - talvez na parede frontal onde há normalmente um pequeno altar, sendo com certeza uma alternativa às ofertas de flores que hoje têm completa exclusividade.
Não sei se estas chegaram a estar ao uso e foram depois vendidas em consequência da venda ou renovação do jazigo ou se pura e simplesmente ficaram esquecidas no fundo dum caixote numa loja, talvez numa velha agência funerária.
Nunca tinha visto nada no género exposto ou à venda e por isso, de tão estranhos que achei estes objetos,  decidi comprá-los, baratos, claro - para os vendedores não passariam de monos com cenas lúgubres - e tentar descobrir mais sobre eles.  
Agora estão fechados numa gaveta, já que não  é propriamente coisa que se pendure na chaminé do fogão de sala ou por cima do aparador :), mas de vez em quando vejo-os e lembro-me de fazer uma pesquisa, só que até agora não consegui encontrar nada.
Pela roupa da figura feminina e pelo estilo das campas, penso tratar-se de objetos do final do século XIX ou início do XX, mas gostava de saber mais...


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dois padrões de loiça inglesa "Gaudy Welsh" - Two "Gaudy Welsh" patterns

Sorry, but this time I'll have to rely on Google Translator.

Hoje venho para o chá de Tea Cup Tuesday Tea Time Tuesday com chávena, pires e pratos em  loiça  inglesa de um tipo a que se convencionou chamar "Gaudy Welsh".
Este é um tipo de loiça que foi produzido durante cerca de um século - desde os anos 20 do século XIX aos anos 20 do século XX - mas só foi batizado por colecionadores já depois dessa data.


Foi sobretudo nas cidades oleiras de Staffordshire e não tanto no País de Gales que se fabricaram estas faianças e foi a paleta de cores usada que lhes deu alguma unidade e individualidade e levou a serem conhecidas como Gaudy Welsh, em tradução à letra "Galesa Garrida". A nacionalidade galesa que lhe foi atribuída no nome deve-se à popularidade que ela tinha no País de Gales, o que levou a que as comunidades de imigrantes galeses nos Estados Unidos da  América fossem  grandes importadoras deste tipo de faianças.


Apesar de haver vários motivos na decoração destas  faianças, as cores e o tipo de decoração são sempre  muito semelhantes: fundo a azul cobalto, reservas a branco com motivos florais a rosa ou laranja, folhas verdes e pequenos apontamentos de azul. Sempre presente também a lustrina rosa que sobre o azul cobalto adquire um tom cobre, pretendendo imitar os dourados da porcelana, sobretudo das decorações tipo Imari.



Esta chávena e pires apresentam o padrão conhecido como"Columbine". Como estas loiças quase nunca eram marcadas, os colecionadores começaram a classificá-las segundo os motivos decorativos que apresentam, sempre garridos e sempre algo ingénuos num gosto muito popular.


Uma pega em D com polongamento, muito usada em Inglaterra no século XIX.
As duas peças, chávena e pires, foram compradas numa feira de velharias do Porto, onde aparece muita faiança inglesa.



A este padrão decorativo, de que tenho apenas um pires e um prato de sobremesa, foi dado o nome de "Feather" (pena ou pluma). Neste caso a pasta parece ser de porcelana, provavelmente "bone china".
Encontrei-os bem longe daqui, numa loja de caridade da Oxfam em Edimburgo!!!
É deste tipo de souvenirs que eu gosto :).