sábado, 10 de dezembro de 2011

Pequeno jarro da Fábrica Aleluia



Nem só de peças antigas se alimenta o meu gosto por cerâmicas. Também me deixo cativar por exemplares relativamente recentes, peças vintage, quer pela sua forma e decoração, quer pelas marcas de fabrico ou ainda porque são dignos representantes de um estilo e de uma época.


É o caso deste pequeno jarro de faiança da Fábrica Aleluia em Aveiro, a qual já aqui referi a propósito de uns painéis de azulejos que fotografei em Coimbra e ainda outros na Figueira da Foz.


Tendo-se mantido na família Aleluia até aos anos 70 do século passado, esta unidade fabril dedicou muita da sua produção a acompanhar as tendências estilísticas das  décadas que atravessou.
Penso que este exemplar se deverá integrar na produção dos anos 50.


Acho o  formato  delicioso, com aquelas formas redondas  à volta do óculo - decorativo e funcional, pois  permite formar a  pega -  e também os contrastes cromáticos, não só no exterior entre o branco e a mescla amarelo-negro, mas também entre essa mescla e a cor lisa, em amarelo, do interior da peça.


Tenho seguido o blogue "Moderna uma outra nem tanto", cuja principal temática é a cerâmica Arte Déco e Modernista, portuguesa e estrangeira, e ali tenho encontrado muita informação interessante a propósito das belas peças da sua coleção, entre elas uma linda jarra Aleluia ostentando o mesmo carimbo que este meu jarro e muito provavelmente da mesma época de fabrico.

13 comentários:

  1. Olá Maria Andrade,
    Certamente é uma peça digna de representar a cultura de uma época. O que mais aprecio nela é terem deixado uma grande área branca, justamente onde as sombras mais se projetam, pois assim há um alívio e repouso para os olhos da parte ostensivamente decorada. Se tudo fosse decorado por igual (como geralmente acontecia nas cerâmicas deste tipo no Brasil), a peça seria demasiado pesada, e mesmo feia. O branco lhe garantiu leveza e elegância. E o amarelo vivo que "salta" de dentro da jarra é um acento vibrante e mesmo divertido.
    Obrigado pela indicação do blog "Moderna uma outra nem tanto"; vou conferir e acompanhar.
    beijos
    Fábio

    ResponderEliminar
  2. Olá Fábio,
    Vê-se logo que é um olhar de artista a apreciar a peça! Eu não seria capaz de fazer esse tipo de apreciação, leiga que sou no assunto...
    Est blogue MUONT é muito bom para quem gosta de cerâmica, sobretudo do séc. XX, mas olhe que eles também conhecem o seu blogue/site e até o indicam nas ligações úteis.
    Bom fim de semana
    Bjs

    ResponderEliminar
  3. Olá Maria, desde ainda há pouco no nosso blogue. Não podíamos deixar de comentar também aqui esta peça. A análise do Fábio é muito acertiva, é mesmo o aspecto lúdico desta cerâmica que mais nos fascina e entusiasma. Se algum dia se quiser livrar dela ... :)
    Bfs e bjs
    AM-JMV

    ResponderEliminar
  4. Cara Maria,
    deixe-me felicitá-la pelo seu fantástico jarro Aleluia. A sua dimensão escultórica demonstra que as peças cerâmicas, tal como os homens, não se medem aos palmos ;)
    CMP*

    ResponderEliminar
  5. Caros AM-JMV,
    Muito obrigada pela vossa presença aqui.
    Fico muito satisfeita por ver que pessoas mais especializadas nesta área acham a peça interessante. Eu acho-a uma pequena escultura, muito graciosa e invulgar, por isso quanto a querer livrar-me dela... será difícil!
    Abraços

    ResponderEliminar
  6. Caro(a)CMP,
    E as mulheres também não! :)
    Seja bem vindo(a) aqui e muito obrigada pelo seu comentário.
    Comecei a seguir o seu blogue com muito interesse e já vi que a jarra Aleluia que postou hoje também tem uma marca idêntica à do meu jarro. Só fiquei um pouco surpreendida ao ver que ela é da coleção dos AM-JMV, mas estas partilhas são muito salutares.
    Se quiser utilizar imagens deste jarro e discorrer sobre ele no seu blogue, esteja à vontade.
    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  7. Fábio Carvalho disse...

    Querida Maria Andrade,
    Obrigado também por ter feito também agora referência ao blog "Cerâmica Modernista em Portugal"! Estou lá conferindo os posts, e aprendendo muito sobre um período da cerâmica portuguesa (e mundial) que nunca me interessou muito, mas que agora começo a entender com outros olhos.
    Acho que como cresci nos anos 1970 e me tornei adulto nos anos 1980, ficou um preconceito e cansaço pela produção das décadas anteriores. E olha que sempre adorei as artes plásticas modernistas, mas não conseguia ter o mesmo interesse pelas artes decorativas do mesmo período. Isso só demonstra como o olhar desatento e os preconceitos e são imensamente prejudiciais, e como sem perceber somos cheios deles.
    Estou começando a ficar muito encantado com a produção da fábrica Aleluia, que perigo! (rs)
    beijos
    Por Fábio Carvalho em Pequeno jarro da Fábrica Aleluia às 4:08

    ResponderEliminar
  8. Caro Fábio,
    Ao ler o seu comentário, reparei que tinha cometido um erro numa das iniciais de CMP e ao apagar esse comentário para o corrigir, apaguei também o seu, mas já depois de o copiar, por isso aparece agora aqui como Anónimo. Peço desculpa.
    Na produção modernista há peças que me parecem pesadas e sem graça, mas também se encontram muitas da Aleluia, do Candal, de Alcobaça, etc, que acho encantadoras e aparecem à venda bastante baratas, por isso não lhes resisto :)
    E é também por serem modelos que conheci na minha infância que eu me sinto mais atraída por estas louças.
    Bjs.

    ResponderEliminar
  9. Olá,
    Talvez seja assim mesmo, precisamos passar primeiro pela rejeição, na adolescência e juventude, para depois, quando vamos chegando à maturidade, sentirmos nostalgia pelas formas, usos e padrões de nossa infância. Eu sinto que já estou nesta há alguns anos.
    bjos!

    ResponderEliminar
  10. Olá Maria,
    de facto o AM e JMV têm enviado imagens de peças das suas colecções e não só, bem como outros coleccionadores que generosamente têm colaborado com o CMP*.
    Com certeza aceitarei a sua oferta e incluirei também o seu jarro, que, para além de ser interessantíssimo, se adequa perfeitamente aos temas que tenho abordado.
    Tem toda a razão, as mulheres também não se medem aos palmos. Estamos cá nós para o provar!
    Saudações,
    CMP*

    ResponderEliminar
  11. Hello Maria Andrade,
    this is a typical design of the 50th or 60th, I guess. I remember similar designs from my childhood, made by German makers. Thank you for the very interesting informations.
    Best greetings, Johanna

    ResponderEliminar
  12. hummmm...(tosse seca)

    Bem, já sabe que eu e as modernices...lol. Sou um clássico furioso.

    No entanto, fui espreitar Moderna uma outra nem tanto" e achei muito louvável o levantamento da cerâmica portuguesa de produção mais recente que ali é feito. Este blog que recomenda só prova que na área da faiança os conteúdos mais pertinentes não se encontram nos sites dos museus, mas em blogies como este, no seu ou no meu.

    abraços

    ResponderEliminar
  13. Sabe, Luís, não tinha visto este seu comentário quando respondi ao que fez sobre o post das porcelanas Vista Alegre e Velho Paris.
    Pensava que o Luís nem se tinha dignado a comentar esta modernice :), e afinal começa por confirmar o que eu já adivinhava, mas ainda bem que reconhece o mérito deste blogue "Moderna uma outra nem tanto". Há ainda o outro "Cerâmica Modernista em Portugal" que se lhe equipara. São ambos muito recentes mas já têm uma amostragem de peças notável.

    Um abraço

    ResponderEliminar