Apesar de meus velhos conhecidos desde os tempos de estudante - passei ali inúmeras tardes a estudar com colegas no café sobre o rio - nunca me tinha detido a apreciá-los em pormenor.
Por trás deste banco e respetivo painel, sobre a água, vê-se uma barca serrana das que outrora subiam o rio até Penacova cheias de sal e de trouxas de roupa suja, para depois o descerem carregadas de lenha e com a roupa já lavada, pronta para ser entregue às freguesas citadinas.
A maioria dos painéis já está muito degradada, mas em alguns consegue-se decifrar a marca da Fábrica Aleluia, Aveiro, que neste ainda está bem visível.
A Fábrica Aleluia foi fundada em 1905 por João Aleluia, um pintor ceramista que fez carreira desde muito novo na Fábrica da Fonte Nova, também em Aveiro, encerrada em 1904.
Desde o início a nova unidade fabril dedicou-se à produção de louça e de azulejos e aqui se vêem várias composições com bouquets de flores, em cima a azul e branco com a bela moldura vegetal em fundo, em baixo a cores com um grande sol introduzido na composição, tal como no primeiro painel aqui apresentado.
Antes de chegar ao parque, numa casa antiga da "Baixinha", entre a Praça Velha e a Portagem, resolvi fotografar um painel de azulejos com Alminhas, lembrando-me do LuísY que já várias vezes dedicou posts a este tipo de registos.
A avaliar pela moldura deve datar do século XVIII, com a inscrição P.N.A.M. P. ALM., o habitual pedido aos passantes para rezarem um Pai Nosso e uma Avé Maria pelas almas do purgatório. Apresenta uma cena de calvário e uma Nossa Senhora coroada que não sou capaz de identificar.
Vê-se um fio elétrico a atravessá-lo, provavelmente uma solução provisória que se foi eternizando...
Não conheço este local que deve ser belíssimo tal como os azulejos nos bancos,um dia que passe por Coimbra irei lá fazer o seu registo para um dia os postar no meu blog.
ResponderEliminarCumprimentos.
J.C.
Caro José Castro,
ResponderEliminarVou muitas vezes espreitar o seu blogue para admirar os belos exemplares de azulejos que vai fotografando, sobretudo na zona Norte, mas também um pouco por todo o país.
Ainda bem que estes lhe despertaram o interesse por vir até à velhinha Coimbra, onde encontra certamente muitos motivos para fotografar.
Já agora, deixe-me aconselhar-lhe a visita ao recentemente recuperado Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, uma obra notável, onde até encontra restos de revestimento com variados azulejos hispano-árabes.
Cumprimentos
Ola Maria Andrade, passei para ver as novidades e deparo-me com este bebe lindo....que fofura!!! Parabens à avó "babada"...
ResponderEliminarVi que passou lá no meu blog no post da Terrina, a mim parece-me que a minha deve ser mais do tamanho da Rosa pois é Grande, quanto a mim grande demais para ser perfeita :-) , sempre achei as peças mais pequenas bem mais harmoniosas e elegantes.
Agradeço o comentário e a força. Um beijinho grande Maria Andrade.
Marília Marques
Que azulejos lindíssimos!!! Deveriam ser algo de uma intervenção de conservação antes que se percam. É magnifico como fui possível que resistissem aos vândalos e ladroes!!
ResponderEliminarMas que netinho maravilhoso =D
Por enquanto só vou primo.. Tenho imenso primos! Mais de uma dúzia! Entre primos e filhos dos primos são mais de 20!
Netos não sei se terei, mas gostava muito de terno um Leonardo Lourenço e uma Amélia =D são o meu projecto de vida... Quem sabe um dia =D
Um abraço e tudo de bom para a sua familia
Flávio
Bem, este seu último "turista" tem que se lhe diga! Não é justo para os azulejos da "Aleluia" ... eclipsou-os completamente :)!
ResponderEliminarParabéns para os pais e avós.
Quanto aos azulejos, um destes dias irei vê-los "in loco" com mais atenção.
Manel
Me gustan mucho los azulejos y me llamó mucho la atención como se utilizan en Portugal,son los más bonitos que he visto nunca
ResponderEliminarEsos bancos son preciosos
Un abrazo
Olá Maria
ResponderEliminarQue belo turista, equipado a rigor para um passeio com a avó. Rivaliza com os azulejos, que também nos enternecem pela resistência que mostram, face à negligência e ignorância de quem não sabe perceber o que é belo.
Um abraço
if.
Os bancos não seriam nada demais sem os painéis de azulejos. Os meus preferidos são o primeiro, com flores azuis, e o último com rosas.
ResponderEliminarConcordo com o Flávio, estes painéis precisam receber atenção e restauro.
Parabéns pelo fotogênico neto!
abraços
Cara Marília,
ResponderEliminarOs bebés nesta fase são muito doces e fofos, mas é um tempo que passa depressa, há que aproveitá-lo ao máximo e é o que tento fazer...
Obrigada pelo comentário e um beijinho também para si.
Olá Flávio,
ResponderEliminarTem razão, estes azulejos mereciam ser intervencionados, mas temos que nos dar por satisfeitos por ainda lá estarem e assim poderem ser apreciados. Se calhar se estivessem em melhores condições já teriam despertado a cobiça de alguém, nos tempos que correm...
Quanto a ter filhos e netos, é um bom projeto para o seu futuro, mas tem muito tempo à sua frente, ainda agora é uma criança... ;)
Abraços
Caro Manel,
ResponderEliminarJá sentia falta da sua presença aqui no blogue, mas calculo que tenha estado de férias, se calhar férias a trabalhar no seu projeto alentejano...
Então agora vem até à zona centro? Espero que se demore em Coimbra que tem sempre muito que apreciar...
Eu tenho andado cá e lá, entre a minha residência habitual e uma outra na praia onde passamos férias, ambas relativamente próximas.
E sempre com o meu bebé por perto, que acabou por ser a vedeta do post. Tinha esta fotografia a seguir às que tirei aos azulejos e não resisti a mostrá-la aqui. Coisas de avó babada :)
Um abraço
Ola Maria Andrade
ResponderEliminarOs projectos de vida vincam-se muito cedo =D ahahah
"De pequenino se torce o pepino".
Quanto aos azulejos, se tivessem como novos não despertavam o interesse de coleccionismo pois já não serviriam de antiguidade... A meu ver... Não sei. mas eu por exemplo não gosto de azulejos com retoque de pintura =D
Flávio
Olá Princesa Nadie,
ResponderEliminarEm Portugal há muito jardins com azulejos, mas estes com estas composições de flores são realmente bonitos.
Obrigada pela visita.
Um abraço
Olá If,
ResponderEliminarPois é, a presença do bebé veio tirar protagonismo aos azulejos :) mas os painéis são uma beleza e oxalá ali continuem por muito tempo.
Penso muitas vezes que estas coisas em sítios públicos mais vale que passem despercebidas a certos olhares...
Um abraço
Ola Fábio,
ResponderEliminarTem razão, às vezes basta um belo painel de azulejos para transformar um espaço banal em algo de mais glamoroso e foi o que aconteceu com estes bancos, embora eu goste muito de bancos de pedra. Mas também se vêem por aqui revestimentos de fachadas com azulejos que seriam mais apropriados para uma cozinha ou uma casa de banho... :)
Quanto à fotogenia do meu neto, ele ficou bem porque estava a dormir, quietinho... ;)
Abraços
Sinto sempre Coimbra como uma cidade triste. Talvez por ter sido palco de tantas despedidas, de ter havido gerações e gerações de homens a suspirar pelos tempos da juventude passados em Coimbra ou talvez porque foi aí, que comecei a abandonar a infância ao descobrir a minha mãe era infeliz com o meu pai.
ResponderEliminarTalvez esses bancos de azulejos, votados ao abandono, num sítio com uma vista magnífica traduzam bem a ideia da tristeza de Coimbra. Aliás o património está pouco valorizado por toda a cidade, o que acentua a ideia de abandono e melancolia. Gosto da cidade, mas entristece-me sempre ou talvez esse sentimento que desperta faça parte da beleza da cidade.
Gostei do painel de azulejos, com as alminhas. Também me vejo grego a fotografa-los sem fios telefónico ou peças de roupa estendida. Agora aprendi a usar o photoshop para retocar a fotografias e limpa-las dos fios eléctricos. É a única forma. A EDP e a Portugal Telecom já tinham obrigação de ser mais cuidadosas e não meter fios por cima de obras do século XVIII, pedras de armas do século XVII e janelas manuelinas do Séc. XVI.
Parabéns pelo neto
Caro Luís,
ResponderEliminarA impressão com que ficamos dos lugares tem efetivamente muito a ver com as nossas experiências pessoais ali vividas e por isso nunca vi Coimbra como uma cidade triste.
Acho-a até bastante luminosa, sobretudo a zona junto ao Mondego, com as novas pontes e os espaços verdes, e também as encostas de um lado e de outro do rio. Sempre foi a minha cidade mais próxima e vivi lá sete anos bem marcantes e felizes da minha vida, sempre com muitos amigos e experiências muito ricas… mas, atenção, num tempo sem praxes!!!
É verdade que tem zonas degradadas, mas isso tem sido a sina em Portugal das urbes mais antigas, em parte porque graças a uma desgraçada lei das rendas, há décadas em vigor, os proprietários dos edifícios não tiram dali rendimentos que lhes permitam mantê-los minimamente e as câmaras em geral preferem fazer bonitos nas zonas novas a preservar as antigas.
De qualquer modo penso que tem havido ali um esforço de requalificação urbana.
É uma cidade com um caráter muito próprio que ainda conserva na zona antiga muito da malha urbana medieval, apesar da destruição imperdoável de parte significativa da velha alta nos anos 40 do Estado Novo.
Nunca me canso de referir o excelente trabalho que foi a intervenção na ruína do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e espaço envolvente, que já visitei várias vezes.
Enfim, é um ambiente que me atrai e onde vou descobrindo sempre motivos de interesse, por isso aconselho o Luís a vir revisitar a cidade para lhe descobrir os encantos…
Um abraço
Maria,
ResponderEliminarI'm sorry I could not read your post but I enjoyed the pictures very much. The lovely tile mosaic benches are very unique and beautiful. All the pictures were lovely.
Charlotte
Hi Charlotte,
ResponderEliminarWelcome in my blog!
I've installed Google Translator to help in these cases... I'm so sorry you haven't noticed it at the top of the page :(
The translations to English are not very good, but they help to understand something of the content...
Thanks for your visit.
I hope you come back soon.
Cara Maria Andrade. Tem toda a razão...ando sempre distraída.
ResponderEliminarParabéns pelo enquadramento do post. A sua Coimbra é a minha e de muitos, cada um a vê e se retrata nela do jeito que lhe tocam as emoções, se boas, ou sofridas do passado...
Coimbra é para mim sempre uma terra encantadora. Ainda agora nestes dias um antiquário dizia-me que tinha visitado a universidade e a empregada tinha de ir a uma das salas e disse-lhe se ele queria espreitar por 1 ou 2 minutos, ficou completamente extasiado com a secretária gasta de pau preto e...eu nunca tive tal sorte ainda...
Rematou o post ao género de soneto com chave d'oiro, com a apresentação pública do seu lindo neto.
Acho que tem parecenças consigo...foi para se rir...
Bebé lindo, afável, de óculos de sol e perninha atrevida, um encanto de criança que se nota muito cuidada e bem tratada.
Parabéns, gostei imenso de o conhecer e de reviver os azulejos do parque...as vezes que ai me sentei a sonhar olhando no rio...
Bj
Isabel