sábado, 22 de setembro de 2012

Mais um ano de blogue, mais um Ratinho... e cacos e caquinhos

Bem, esta coisa dos aniversários ou datas importantes do blogue, começa a parecer rotineira, mas a verdade é que o Arte Livros e Velharias faz hoje dois anos.
Durante este tempo, afastei-me um pouco dos propósitos iniciais, ou seja, acabei por descurar o tema livros e dedicar-me sobretudo à cerâmica, a área das velharias e das artes decorativas que afinal me entusiasma mais e que encontra mais adeptos neste núcleo bloguista. 
Assim, resolvi partilhar neste post comemorativo o último exemplar de faiança ratinha que comprei, talvez o maior e melhor de todos os que fui reunindo.


Tem história para contar, pelo menos tem as cicatrizes de um bom tombo, com restauro e gatos no tardoz, mas é uma palangana (36 cm de diâmetro) com esta decoração riquíssima de flores e folhas a que é difícil resistir, do tipo flores com filamentos em pena de pavão, segundo a classificação da investigadora  Ivete Ferreira .
Vou agora confessar aqui que, como outros apreciadores de faiança, há outras coisas a que não consigo resistir: apanhar um ou outro  caquinho colorido que se atravesse no meu caminho. 
Penso que será a atração das cores vivas, ou uma costela de Gaudi ou talvez recordações de infância em que quando eu e as minhas amigas descobríamos cacos coloridos nalgum quintal, eles tornavam-se brinquedos tão aliciantes como os outros que tínhamos, de plástico, de lata ou de madeira...
Confissão feita, vou mostrar parte da recolha que fiz este ano na Figueira da Foz, enquanto fazia as minhas caminhadas numa zona perto da praia.


Esta seleção é toda de faiança ratinha e muitos não são propriamente caquinhos, são mesmo cacos, bocados com alguma dimensão, que permitem adivinhar os motivos, aqui mais de vinte diferentes.
Para além destes, encontrei muitos fragmentos sem decoração, caraterísticos fundos de taças, por exemplo, ou com apenas a barra azul ou em ziguezague da borda, que se incluem igualmente na faiança ratinha; também, em menor número, faiança azul e branca, algum cantão popular, restos de azulejos maioritariamente lisos, sem interesse à exceção de um fragmento de azulejo Delft (nada de estranhar na Figueira da Foz...) e, claro, muitos caquinhos de pratos de Sacavém e congéneres.
E agora perguntam os meus amigos e leitores. Mas onde e como se juntou tanta loiça partida no mesmo local?
É claro que os cacos não estavam todos juntos ali à mão de semear :), estavam em montes de areia depositados na entrada do molhe norte junto à praia e o que saltava mais à vista eram bocados de telhas, de tijolos e pedras. Ao passar e ao olhar para aquilo apercebi-me de alguma cor pelo meio e assim descobri que havia muitos bocados de faiança e até de porcelana VA, sobretudo branca...

O forte de Santa Catarina marcava, até há poucas décadas, a foz do rio Mondego. É neste local, à volta do forte, que estão a decorrer as obras.

Terão vindo de uma zona de obras perto do Forte de Santa Catarina, mesmo em frente à Esplanada Silva Guimarães. Pelo que me explicou um trabalhador, quando andaram a abrir uma vala comprida para fazerem fundações e alargarem a estrada, transportaram o entulho para este sítio bastante próximo, junto ao molhe.
Ora o local da vala, há algumas décadas, antes de construirem o molhe que atirou a foz do rio mais para diante, era mesmo junto à foz do Mondego, embora já na zona de praia banhada pelo mar.  Imagino que ali se depositassem, misturados com  areia, muitos objetos partidos que à época as pessoas deitavam fora para os cursos de água.
Mas acabei por encontrar um inteiro :) - nem mais nem menos que uma pequena trempe (7 cm de lado) de forno de oleiro, com que se separavam as peças empilhadas durante a cozedura e que deixavam nas faianças aquelas três marcas sem vidrado que conhecemos.



Estes achados penso que podem confirmar a grande produção e utilização de faiança ratinha na zona centro e a existência de olarias nos arredores da Figueira da Foz, pelo curso do rio Mondego acima, até Coimbra e ainda mais a montante. E se tivessem sido detetados e estudados no primeiro local de depósito, onde os fragmentos estariam menos partidos e em maior número, poderiam ter lançado alguma luz na história da produção de faiança popular nesta zona.
Entretanto, deste local onde os encontrei, todo aquele entulho estava novamente a ser transportado para aterros numa zona industrial e por isso todos os dias ali andava uma máquina a encher dois camiões e a pôr a descoberto mais  fragmentos, sendo que alguns iam aparecendo completamente trucidados.
Sabemos como estas coisas são tratadas noutros países e o Fábio Carvalho tem-nos contado no seu Porcelana Brasil o que acontece no Rio de Janeiro ou em Manaus quando se fazem escavações na zona histórica. Aqui, quer em Lisboa, quer na Figueira da Foz, quer noutros locais do país, em geral ninguém liga aos fragmentos cerâmicos, a não ser que estejam em sítios arqueológicos bem antigos  a ser alvo de estudo.
De qualquer forma, aqui fica a história contada; os cacos ficam guardados até que um dia, quem sabe, alguém se interesse... faça deles um painel todo artístico... ou, o mais provável, vão todos parar ao lixo...

23 comentários:

  1. Olá Maria Andrade,
    Parabéns por mais um ano de blog, e pela belíssima palangana que você nos presenteou na abertura do post.
    Eu também faria o mesmo que você, se encontrasse estes cacos, caquinhos e cacões; os guardaria todos!
    Acho que o que acontece aí é que a Europa tem uma história tão longa, que as pessoas não ligam para nada que não seja esplendoroso, ou que tenha muitos séculos de idade.
    Para nós, século 17, 18, 19, é quase antiguidade remota!
    Além disso, desde meados da década de 1990, nenhuma escavação de maior porte pode acontecer sem acompanhamento arqueológico. Isto mudou completamente a história dos achados do período histórico, e muitas vezes, mesmo do período pré-histórico indígena (lembrem-se que nosso período histórico, diferente do de vocês, começa em 1500 apenas...). Muito mais coisa passou a ser preservada, e agora, na verdade, não se sabe o que fazer com o tamanho acúmulo de artefatos e fragmentos!
    beijos
    Fábio

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada, Fábio, pelas palavras simpáticas e por esta importante achega.
      É claro que tenho bem a noção de que é a vossa história relativamente curta que leva a esse interesse por todos os achados em zonas urbanas e compreendo que a acumulação de objetos se pode tornar incomportável. E um museu de tudo passa a ser um museu de nada...
      Aqui seria impensável parar qualquer obra para recolher vestígios cerâmicos ou outros. Então é que os preços finais teriam disparado ainda mais e estaríamos todos ainda mais endividados...
      O meu desabafo em relação a estes achados resulta de uma certa frustração que alguns de nós sentimos por se saber tão pouco da produção oleira desta zona, que deve ter sido bem abundante. A acumulação ali de tantos fragmentos, se estudada, poderia ter permitido mais algum conhecimento.
      Também não podemos contar muito com documentos escritos dado o caráter familiar e popular destas unidades.
      Resta-nos especular...
      Bjos.

      Eliminar
  2. Olá Maria,
    Em primeiro lugar muitos parabéns pelo segundo aniversário (será que nós conseguíremos lá chegar?). Depois, novamente parabéns pela peça fantástica que aqui apresenta (mais uma!). Por último, exprimir o desgosto por ler mais um relato do desamor e da incultura com que tradicionalmente as nossas autoridades nos entretêm. As escavações deveriam ter acompanhamento arqueológico obrigatório mal se encontrasse o primeiro caco. Mas continua-se a seguir a ordem de Salazar nas obras da autoestrada que atravessa o Monsanto, aqui em Lisboa: destrua-se primeiro, noticie-se depois.
    Bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caros AM-JMV
      Pois é, por muito que nos custe, esta continua a ser a realidade do nosso país. Numa altura em que nos dizem que não há dinheiro para coisas tão importantes como a Saúde e a Educação, ou para pagar o que é devido às pessoas que trabalham ou que já trabalharam e descontaram, claro que para estas coisas ainda muito menos há. No entanto, as obras que se desenrolam à volta do forte são para fazer um espelho de água e não sei mais o quê... e eu até acho que o local estava bem bonito, como se vê na foto, só precisava de ser melhor ajardinado.
      Mudando de assunto, estou certa que vão chegar aos dois anos e ainda mais, pelo menos material não vos há-de faltar, a avaliar pela fabulosa coleção que têm reunido!
      Muito obrigada pela visita.
      Beijos

      Eliminar
  3. Parabéns pelos dois anos!!!

    Eu também já ando nos preparativos das comemorações dos 3 anos do meu blog, que vai meter banda dos bombeiros, foguetório, missa campal, discursos e tudo. lol.

    o Ratinho é lindo. Ou melhor, os ratinhos são sempre lindos. Ancestrais e modernistas ao mesmo tempo.

    Também tenho o hábito de ir apanhando caquinhos aqui e acolá. Tenho um fragmento daquilo, que eu gostaria que fosse um prato do séc. XVII, que apanhei no Jardim das Amoreiras. Juro-lhe que se não fosse a caminho do emprego, atrasado como de costume, começaria a esgravatar com as mãos. Mas o que é é realmente curioso é serem tantos fragmentos de ratinhos. Na casa do Manel, no Alentejo, há muitos cacos, mas nem um de Ratinho. A sua explicação para esta ocorrência é toda muito plausível.

    As câmaras adoram fazer espelhos de água e rotundas. há sempre dinheiro para esses monumentos à possidoneira. Em Sousel há uma rotunda, com um grupo escultórico, onde um bombeiro segura com um ar libdinoso a mão de uma criança. parece um monumento à pedofilia, juro!!

    Agora, ao contrários das rotundas e fontes espalhafatosas, as escavações arqueológicas já não dão votos e raramente as fazem!!

    abraços e parabéns e continue pois acho que presta um bom serviço ao coleccionismo

    Bjos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bem, Luís, cá ficamos à espera de festa rija para o dia 30, só falta meter gaiteiros! Lol
      Andei a namorar este ratinho durante algum tempo. Agradou-me à primeira vista, o preço é que não... mas as coisas compuseram-se a meu favor e ele aqui está.
      Quanto às obras camarárias, na minha zona há cá uma abundância de rotundas!!! Mas ainda ninguém se lembrou aqui de fazer duas em uma, isso é prerrogativa lisboeta... Agora essa do bombeiro e da criança fez-me rir a bom rir...
      Muito obrigada pela simpatia, pelo constante estímulo e pelos seus rasgos de bom humor.
      Um abraço

      Eliminar
  4. Olá Maria
    Parabéns pelo aniversário do blog e pela excelência do post sobre os Ratinhos.
    Não fora a singeleza e humildade dos migrantes Ratinhos que com eles transportavam peças como a que apresenta, tão rústica como bela,contribuindo para a sua difusão e conhecimento, quanto se sentiriam orgulhosos pelo perpetuidade da designação que para eles remete.
    É um exemplar lindíssimo da pluma de pavão, reminiscência da influência oriental, como tão bem aventou Leite de Vasconcelos.
    A quantidade de fragmentos que encontrou sugerem a provável existência de "caqueiros", logo não é de excluir a hipótese do fabrico desta faiança,na zona da Figueira da Foz. A sua agradável policromia, aliada à durabilidade e ao baixo custo da sua produção tornavam-na apreciada, não só em toda a região coimbrã e arredores, como também também no resto do país, Espanha e Brasil. O porto da Figueira da Foz foi importante para os mercados externos e daí saiam grandes carregamentos com destino a pontos mais longínquos.
    Concordo consigo quanto à pouca importância com que são olhadas as escavações, pela contribuição que poderiam ter para o esclarecimento de muitas dúvidas e incertezas e para a rapidez com que surgem as rotundas, sinónimo de mais alguns votos para os políticos e autarcas.
    Mais uma vez, parabéns.
    if

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá If,
      Quanto à excelência do post é muita bondade sua, porque o seu comentário fornece informação mais relevante sobre os ratinhos e esta peça em particular do que eu consegui aqui deixar.
      Achei graça ao termo caqueiros que não conhecia (só os concheiros ou rebutalhos de cozinha como aprendíamos na História). Por aqui também aparecem cacos de faiança ratinha, mesmo no meu terreno - uma antiga vinha que era trabalhada todo o ano - e certamente isso não acontece por acaso. O mesmo povo que os levava para o Ribatejo e Alentejo começaria por usá-los, em casa e no campo, na sua região de origem.
      Muito obrigada por mais um comentário tão interessante sobre estas faianças que nos apaixonam.
      Um abraço

      Eliminar
    2. Nunca os vi (Ratinhos) pelo Brasil. Se vi, me esqueci, o que seria imperdoável. Mas como só vemos quando queremos ver, preciso pesquisar mais, então.
      abraços

      Eliminar
    3. Fábio, tal como apareceu em Manaus aquele prato partido de faiança a lembrar Fervença ou Bandeira, também numa qualquer escavação podem vir a aparece fragmentos de faiança ratinha... esperemos :)

      Eliminar
    4. Esperemos!
      Aqui no Brasil faz muita falta um museu de artes decorativas. Há alguma coisa espalhada pelos vários museus históricos, mas nunca é um assunto de destaque. Quem me dera por aqui algo como o Victoria & Albert de Londres!!
      b'jinhos

      Eliminar
  5. Antes de mais os parabéns pelo aniversário do seu blog, que, desde que iniciou, não se cansa de nos fornecer assuntos de interesse, curiosidades e cultura, parcas coisas no nosso triste panorama atual, onde só contam os espaventos que a nenhures conduzem, e cuja informação, quando espremida, fica reduzida a ... nada!

    Esse seu prato ratinho é deveras bonito! O motivo daria para inundar uma casa de cor!
    Estive para adquirir um grande prato ratinho, decorado com três lindas flores, creio que do período mais antigo (pelo menos assim me pareceu, depois de ter visitado a coleção fantástica de ratinhos do Museu de Portalegre), mas o diabo do cigano não baixou o preço e eu, teimoso, deixei-o lá!
    No último final de semana vi mais uma quantidade de ratinhos, mas alguém "sapateiro", pôs-lhes as mãos em cima e ... deu cabo deles! Teriam de voltar ao original e iniciar de novo a tarefa de os colocar, pelo menos, de cara lavada.

    No meu quintal também aparecem muitos cacos, mas ... infelizmente, quase tudo de Sacavém. Nem uma ameaça de ratinho!
    Bem, mas conhecendo, como conheço, os ex-donos da propriedade, mais não seria de esperar! Se vissem algum à venda olhariam com desdém para tal "mamarracho"!
    Mas eu vou procurando, pode ser que algum ratinho que possuíssem, por engano, tivesse acabado no estábulo da vaca que guardavam no quintal... (suspiros desalentados!)
    Os cacos, e restante cascalho que vou encontrando, vão servindo para pavimentar os caminhos de pedra que alinhavo em torno da casa.
    Uma boa semana, já com a fresquidão do Outono a invadir-nos as casas e até o cheiro de uma ou outra lareira que, parece, vou sentindo no ar
    Manel

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada, Manel, pela consideração e amizade que mais uma vez aqui manifesta.
      Há aqui um nicho de interesses comuns a várias pessoas, não muitas, que resultam nesta troca agradável de palavras e nos fazem abstrair um pouco do resto que nos rodeia. E partilhar umas coisas bonitas também ajuda!
      Quanto aos cacos que se encontram, parecendo que não, até dão umas pistas razoáveis sobre o tipo de ocupação e de utilização das terras. Afinal o pouco lixo que não era aproveitado ficava por ali, não havia recolha... e até há bem pouco tempo!
      Tem razão, o Outono já se faz sentir. Já tivemos dias de chuva intensa, que já tardava e tão necessária é, mas agora em plena época das vindimas não dá muito jeito a quem anda nas vinhas e fica atolado na terra toda encharcada. Já tive essa experiência em tempos e sei como é desagradável... Mas enfim, não se pode "ter sol na eira e chuva no nabal” :)
      Tenha um bom resto de semana de trabalho
      Um abraço

      Eliminar
  6. Olá Maria Andrade
    Muitos parabéns pelo segundo ano de vida do seu blogue que para mim tem sido de um contributo inestimável.A informação rigorosa, os temas interessantes e a escrita clara e precisa tornam-no num espaço que eu não dispenso :)

    O Ratinho é fantástico e também eu o namoraria :) Aqui pelo Norte, para meu desconsolo, poucos ou nenhuns aparecem à venda!
    Quanto aos caquinhos, acho que é um gosto comum a muitos dos amantes de velharias,talvez por estarem envolvidos num certo "mistério" :) Também eu tenho alguns guardados, que vou apanhando por aqui e por ali, mas creio que nenhum muito antigo.
    Beijos para si e uma boa semana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Maria Paula
      Muito obrigada!!!
      Não me surpreende que não se encontrem por aí muitos ratinhos. Afinal a produção era aqui no centro e o movimento que os transportava era em direção ao sul...
      Mas deve encontrar (e já encontrou...) com mais facilidade outras maravilhas da nossa faiança, de produção nortenha, igualmente coloridas ou no belíssimo azul e branco.
      E cá temos mais uma "recolectora de cacos" LOL
      Um bom resto de semana também para si.
      Beijos

      Eliminar
  7. Congratulations on your Blog Birthday, Maria! I'm so happy we 'met' and are able to visit back and forth. You always share something interesting in your posts. Thank you for stopping by this week and Happy Autumn!

    Blessings,
    Sandi

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Hi Sandi,
      Thanks so much for your visit today.
      You're a very attentive dear friend from a distant place across the ocean!
      So far away... and yet so close...
      Hugs

      Eliminar
  8. Olá Maria Andrade. Os meus parabéns pelo 2º aniversário, chego por último por ter estado ausente por terras de Sicó.
    Amei o "ratinho" pelas cores da policromia apresentando o azul - cor da flor do alecrim que tanto aprecio nesta loiça em paralelo com as cores bem escuras - castanho e preto.
    Adorei os seus achados.Bem, que dizer da trempe -,a 1ª que vi foi no catalogo da loiça ratinha que a Ivete Ferreira presenteou ambas. Acaso eu a tivesse encontrado sem saber a sua funcionalidade no passado só a traria por estar impecável, e ser um objeto em faiança.
    Excelentes achados, sem dúvida - quem sabe trazidos em aluvião pelo Mondego de Coimbra, e no local da Foz ficaram depositados? Porque olarias nunca ouvi falar por aqui...mas nunca se sabe! O Mondego antes de 80 era travesso no inverno como sabe, só o novo rio alterou e regularizou o leito - a talhe de conversa o mês passado soube que a olaria de Vanderlli funcionou no local entre a Quinta das Lágrimas e o Portugal dos Pequenitos, uma zona onde as cheias foram durante séculos uma constante que levava tudo e todos no dizer do povo.

    Acredito que - o ratinho, a trempe e os achados merecem lugar de destaque na sua casa. Quem sabe no futuro viverão num Espaço Museológico juntamente com outras peças que as tem - detém uma excelente coleção variada e interessante - Parabéns mais uma vez!
    Beijos
    Isabel

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Maria Isabel,
      Muito obrigada pelos parabéns e pelo comentário.
      Quanto à trempe, foi um achado que me encheu satisfação e que eu já tinha visto na publicação da Ivete Ferreira e também ao vivo no Museu de Sacavém.
      Em relação à existência de olarias na região da Figueira, há notícias de que as houve, sim. Há cerâmicas no Museu Municipal da Figueira da Foz, até do tipo cantão popular que vi atribuídas a Carritos, mesmo às portas da cidade, mas não sei mais nada.
      Quanto à fábrica de Vandelli, é bem conhecido que se situava no Rossio de Santa Clara, espaço hoje ocupado por uma parte do Portugal dos Pequenitos.
      Mais uma vez obrigada pela sua presença aqui.
      Bjos

      Eliminar
  9. Parabéns, passa correr um ano! Gostei muito dos caquinhos, são lindos e para se olhar com atenção. Até parece uma arqueóloga. :-)
    Beijinho, Sandra.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É verdade, amiga Sandra, o tempo passa a correr!
      Quanto a eu parecer uma arqueóloga, se calhar errei a vocação, mas há muitos anos lá bem atrás! :))
      Muito obrigada pela simpática visita.
      Beijinho também para si.

      Eliminar
  10. As minhas felicitações pela efeméride, Maria Andrade.

    Agrada-me de sobremaneira poder contar com toda a informação aqui partilhada e participar consigo nas viagens virtuais que nos proporciona.

    Saudações!

    MAFLS

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. Muito obrigada pela visita e pelas felicitações.
      Gosto de saber que aqui encontra motivos de interesse, sabendo como é conhecedor destas coisas...
      Pelo meu lado, conto sempre com o seu blogue como "centro de recursos" :) para conhecer exemplares interessantes e confirmar ou desfazer dúvidas sobre a nossa cerâmica industrial.
      Cumprimentos

      Eliminar