segunda-feira, 9 de julho de 2012

Chá com Anne Shirley - Tea with Anne Shirley


Esta semana, por sugestão da Sandi de Rose Chintz Cottage, vou participar no Tea Cup Tuesday, Tea Time Tuesday  e Tuesday Cuppa Tea evocando  a obra “Anne of Green Gables” da autora canadiana Lucy Maud Montgomery (1874-1942).


Publicada em 1908, é um clássico da literatura juvenil, sobretudo no mundo anglófono, mas que eu tenha conhecimento nunca foi editada em Portugal, só foi traduzida para português no Brasil, onde ficou conhecida por dois títulos: Anne Shirley e Anne de Green Gables.


Anne Shirley (Imagem da Internet)

Para além da obra literária ser muito conhecida, fizeram-se filmes e séries e, mesmo em Portugal, esta personagem fez companhia a muitos miúdos, na série de desenhos animados Ana dos Cabelos Ruivos, que passou na televisão no final dos anos 80.



Ao escolher as chávenas para este chá especial, pensei na vida humilde e rural da Anne em Green Gables – nome da quinta onde esta menina órfã foi recebida por um casal de irmãos solteiros e já idosos, Marilla e Mathew – e achei adequadas estas peças de faiança inglesa do século XIX, decoradas a lustrina dourada.
Escolhi um par de chávenas maiores para Marilla e Mathew e uma chávena mais pequena , com um pires diferente e mais mimoso para a Anne dos tempos em que chegou àquela casa.


A marca que se vê em cima, diz-nos que o fabricante foi T. Boote & Son de Burslem e corresponde ao ano de 1868; Vase, jarra ou jarrão, é o nome do motivo decorativo.


O pires que acompanha a chávena mais pequena apresenta o motivo Florence, muito adequado para a pequena Anne.
Mas achando eu que o chá sabe melhor bebido em chávena de porcelana, juntei aqui mais uma chávena que a Anne já adulta e professora, gostaria certamente de ter recebido como oferta do namorado e antigo colega de escola, Gilbert Blythe.




 E certamente também não desdenharia receber uma Flor de Cera, ou Hoya Carnosa, uma pequena maravilha da natureza que nesta altura tenho aqui a florir em vasos.
Também a chávena e o pires foram decorados com motivos florais lindíssimos, pintados à mão, certamente em Inglaterra a meados do século XIX.


Não tem marca de fabrico, apenas  um número de padrão a dourado, cujos únicos algarismos visíveis são 266, mas nota-se que havia pelo menos mais um dígito e talvez ainda uma letra a que os ingleses chamam "suffix letter".
Encantei-me por esta chávena e pires há uns dois anos, na única vez em que fui à Feira de Velharias das Caldas da Rainha. Estava sem asa, mas mesmo assim, por 5 €, trouxe-a comigo. Entretanto mandei-lhe colocar uma asa em trabalho de restauro e lá fiquei com mais uma beleza inteirinha.
Espero que tenham gostado deste chá na minha varanda, com flores e verde. A Anne teria adorado! :)

16 comentários:

  1. Querida Maria
    Creo que hoy es un día muy especial para todas las que participamos en esta fiesta
    Me encanta Ana de las tejas Verdes y todo su mundo,Sandi ha tenido una idea genial
    Tus tazas son realmente preciosas
    Un Beso

    ResponderEliminar
  2. I love that you've chosen teacups based on the characters in the book! Lovely! Happy Tea Day!

    ResponderEliminar
  3. Your cups are beautiful, Maria, especially the green one. I enjoyed your Anne of Green Gables tea.

    ResponderEliminar
  4. Hi Maria,
    What wonderful cups! I especially like the green one! I appreciate you taking part in my tea party today and basing it on Anne of Green Gables. Always a joy to have you come by for a visit. Have a lovely week, my friend.

    Blessings,
    Sandi

    ResponderEliminar
  5. Hi Maria. And I'm a bit late visiting blogs, as well! We have finally had a few summer days, and I must admit I've been outside a bit more than usual enjoying it. Love you wonderful antique transferware. Wonderful! Your Anne post is perfect! Thanks for sharing, visiting and linking to Tuesday Cuppa Tea!
    Ruth

    ResponderEliminar
  6. Your cups are beautiful. I especially love the last one. i enjoyed your Anne of Green Gables tea.
    ~Clara

    ResponderEliminar
  7. Your tea cups and saucers are fabulous. I love the designs and colors on all of them! Happy Tea Time to you! ~Michelle

    ResponderEliminar
  8. Olá Maria Andrade. Lindíssimo post com porcelana inglesa - uma das suas favoritas - não menos linda a foto da sua chávena em tons verde e dourados sob um ramo florido de uma flor que imagine não conhecia,igualmente bonito o naperon, me parece linho antigo tecido nos teares manuais das aldeias de antanho,com requintado bordado e renda.
    Adorei o post, e a estória de Anne Shirley e Anne de Green Gables.Claro não conhecia...o que por aqui tenho aprendido - um dia destes transformo em Créditos - acabo licenciada tal qual o Relvas...eheheh!
    Despertou-me a curiosidade a marca que apresenta - tenho uma pequenina terrina sem tampa ( há tempos vi num vendedor 4 tampas iguais, com a que me falta, um cliente comprou-as todas) - reconheci ser inglesa apesar da decoração ser igual a Alcântara , apesar das pegas mais elaboradas , o carimbo no pé é igual ao que aqui apresenta, apenas difere nas letras.Para eu a poder catalogar que sites devo ver?
    Desde já grata pela disponibilidade
    Beijos
    Isabel

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. LOLLLL, Maria Isabel, essa dos créditos vem muito a propósito! Já lá vai o tempo em que as licenciaturas eram de 5 anos bem puxados, no mínimo!
      Acertou em cheio quanto ao naperon. Havia muitos panos de linho grosso em casa dos meus avós e a minha mãe fez colchas, toalhas, panos mais pequenos como este, e bordou e fez rendas... fartou-se de dar ao dedo ! :)
      Quanto à marca em forma de losango, já falei nela aqui em vários posts sobre faiança inglesa, basta abrir a etiqueta "faiança inglesa azul e branca" aqui no blogue que encontra a marca e a explicação. Durante várias décadas do séc. XIX todos os fabricantes ingleses tinham que usar a marca do losango, mas depois as iniciais variavam conforme o nome da respetiva empresa.
      Os sites que lhe podia fornecer sobre o assunto são ingleses e também tenho livros em inglês, por isso não sei se a ajudariam muito.
      Abraços

      Eliminar
  9. Oh Maria, perfectly Anne! Both tea cup sets are lovely, but I think Anne might prefer the green! LOl! What a fun post! I love your tablecloth as well, it looks beautiful.
    Hugs,
    Terri

    ResponderEliminar
  10. Olá Maria Andrade
    A Anne teria adorado,não duvido, mas eu, adorei com toda a certeza. A maneira como encadeou a ficção do livro com as suas belas chávenas foi muito bem conseguida.A toalha de linho bordada, tem um toque rústico que se enquadra muito bem no post. Não conhecia nenhum destes motivos e acho o primeiro, bastante diferente do habitual.A última peça é muito romântica e acho que sim, que pode ser a prenda que um namorado mais sensível ofereceria à sua amada :)
    Beijos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Maria Paula,
      Sempre muito sensível aos temas infantis e juvenis... o que não é de admirar!
      Esta história é lindíssima porque a garota órfã foi enviada para aquela casa por engano; os dois idosos tinham pedido ao orfanato um rapazinho para os ajudar nos trabalhos da quinta e estiveram quase para mandar a Anne de volta. Só que ela conquistou-os com a sua graça, espontaneidade e doçura...
      A toalha de linho caseiro também foi escolhida a pensar na Anne :)
      Ainda bem que gostou.
      Abraços

      Eliminar
  11. Dear Maria,
    you have such a wonderful collection to chose. Anne would have been delighted with those tea cups, I am sure. Both types are very special and beautiful. Thank you for sharing.
    Best greetings, Johanna (+Wiskicat)

    ResponderEliminar
  12. Olá Maria Andrade. Muito obrigada pelas achegas solicitadas, é de facto como diz - tudo o que seja inglês - "não pesco nadica de nada ", e tenho imensa pena - nem pronúncia.
    Agora vou uns dias até Trás os Montes ver uma escavação arqueológica - tanta ansiedade que ando a dormir mal.
    Beijos

    Isabel

    ResponderEliminar
  13. Encantei-me com o pires motivo Florence. Um serviço inteiro com esse padrão deve ser uma coisa deslumbrante.

    Achei também interessante a ligação que fez entre a literatura e a loiça. Pessoalmente acho graça a ligar os objectos à história, à literatura ou as mémórias familiares. É a forma de dar a uma chávena um passado afectivo.

    beijos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Luís, estas peças de lustrina dourada não são nada de muito especial e provavelmente não teriam sido vedetas de um post se não fosse a história da Anne Shirley. É nesse tipo de ambientes, de pequenos proprietários rurais do final do séc. XIX, que as vejo a serem usadas. E realmente o pires Florence, que só em casa reparei ser diferente da chávena :) é o mais bonitinho, por isso nem me importei de estar desemparelhado.
      Tenha uma boa semana.
      Bjs

      Eliminar