Na sequência de um post de Março do ano passado, em que figurava uma peça de Sacavém com marca da Casa Buisson no Porto, surgiu um comentário muito interessante de um descendente dos antigos proprietários. Por ele ficámos a saber que na viragem do século XIX para o século XX o proprietário daquela casa comercial era António Teixeira Rebello, que vivia no andar superior da loja situada no nº 45 da Rua de Santo António, mais tarde gerida pelo genro, Alberto Júlio Pereira.
Ficámos também a saber que esta casa era referida num anuário comercial como especializada em vidros e cristais. No entanto, como prova a peça que apresentei com a marca da casa, vendia ainda loiça de Sacavém e por informação de uma comentadora do mesmo post, também porcelana da Vista Alegre.
Passados alguns dias essa comentadora enviou-me simpaticamente fotografias de uma taça sua ostentando a marca da Casa Buisson, sobreposta à marca nº 23 (a carimbo) da Vista Alegre, usada no período de 1881-1921, talvez do tempo de António Teixeira Rebello à frente da casa.
Aqui está a peça com um mimoso ramo de malmequeres e violetas, cujas fotos fui autorizada a publicar quando surgisse oportunidade, mas que só hoje veio a propósito divulgar.
É que também da Vista Alegre, com marcas contemporâneas desta, trouxe hoje aqui pratos e pires com outras marcas de casas comerciais do Porto e de Braga.
No prato de sobremesa - de um serviço de jantar bonito e discreto de que restam poucas peças - e no pires com paisagem pintada à mão, vêem-se dois tipos de marcas da Vista Alegre, a nº 21 ou 23 à esquerda e a nº 22 à direita, referentes ao mesmo período de fabrico, 1881-1921. Daí podemos depreender que tanto o Bazar Central, na Rua dos Clérigos, 78, no Porto, como a casa LT de Queiroz, também no Porto, tiveram atividade durante este período. Hoje, só o Bazar Central ainda existe no mesmo local.
Quanto a estas duas casas de Braga - Bernardo J F Carneiro, na Rua do Souto e Luiz A. Simões D'Almeida, na Rua dos Chãos - vemos as suas marcas a acompanhar as da Vista Alegre iguais às das peças anteriores, portanto são todas do mesmo período. O prato maior tem a forma de um prato de sopa de criança e o pequeno pires pertencia a um serviço de chá de brincar.
A Rua do Souto em Braga, é uma rua de comércio tradicional, hoje pedonal, no centro da cidade, enquanto a Rua dos Chãos se situa também na zona central, aliás vai desembocar na Avenida Central da cidade, mas quanto às casas comerciais aqui referidas, não encontrei notícia de qualquer delas.
Penso que a presença nas loiças destas marcas comerciais poderá ajudar a datar peças sem marca de fabrico, daí também o seu interesse.
No prato de sobremesa - de um serviço de jantar bonito e discreto de que restam poucas peças - e no pires com paisagem pintada à mão, vêem-se dois tipos de marcas da Vista Alegre, a nº 21 ou 23 à esquerda e a nº 22 à direita, referentes ao mesmo período de fabrico, 1881-1921. Daí podemos depreender que tanto o Bazar Central, na Rua dos Clérigos, 78, no Porto, como a casa LT de Queiroz, também no Porto, tiveram atividade durante este período. Hoje, só o Bazar Central ainda existe no mesmo local.
Quanto a estas duas casas de Braga - Bernardo J F Carneiro, na Rua do Souto e Luiz A. Simões D'Almeida, na Rua dos Chãos - vemos as suas marcas a acompanhar as da Vista Alegre iguais às das peças anteriores, portanto são todas do mesmo período. O prato maior tem a forma de um prato de sopa de criança e o pequeno pires pertencia a um serviço de chá de brincar.
A Rua do Souto em Braga, é uma rua de comércio tradicional, hoje pedonal, no centro da cidade, enquanto a Rua dos Chãos se situa também na zona central, aliás vai desembocar na Avenida Central da cidade, mas quanto às casas comerciais aqui referidas, não encontrei notícia de qualquer delas.
Penso que a presença nas loiças destas marcas comerciais poderá ajudar a datar peças sem marca de fabrico, daí também o seu interesse.
Um dos serviços de jantar que guardo é também da Vista Alegre, e, adicionada à marca desta fábrica, igualmente de 1881-1921, aparece conjuntamente o logotipo dos extintos Armazéns Grandella & Cª, Lisboa, e a divisa "Sempre por bom caminho".
ResponderEliminarÉ um serviço com decoração obtida a partir de violetas e grinaldas de folhagem, apostas por decalque e, não sei porquê, com um número de peças maior que o que é normal hoje (pratos rasos existem para cima de 40).
É interessante este tipo de carimbo aposto a cada peça, pois dá conta da força e poder destas casas comerciais que podiam dar-se a este luxo, pois não creio que uma empresa do porte da Vista Alegre o devesse fazer para uma qualquer outra.
Faz-me sempre pensar em tempos passados, quando as casas se davam a este requinte, porque isto é um requinte e, em simultâneo, uma boa forma publicitária com vista, também, a aumentar as suas vendas.
Uma boa semana
Manel
Tem toda a lógica o que diz, Manel, só boas casas comerciais poderiam exigir que a Vista Alegre ou a Fábrica de Sacavém usassem a sua marca, o que tornava essas lojas mais conhecidas, mas eclipsava a marca do fabricante. O que é interessante é que elas aparecem sempre neste período, final do século XIX, início do XX, devia ser prática da época, entretanto abandonada.
EliminarQuanto a esse seu serviço V.A., deve ter sido uma encomenda especial, porque, como sabe, o normal num serviço completo é duas dúzias de pratos rasos. Sendo assim, o Manel pode usufruir à vontade dessas belas loiças antigas que mesmo que haja uma baixa de vez em quando ainda fica com um número confortável de peças extra... ;)
Obrigada pela visita e pela partilha.
Um abraço
É interessante que ao mesmo tempo que se faz a história da Vista Alegre, também se traz á luz do dia a existência de antigas casas comerciais, hoje muito esquecidas e das quais não há quase ou nenhuma informação.
ResponderEliminarTenho ideia que o hábito de algumas grandes lojas encomendarem às fábricas, loiça com a sua marca não desapareceu assim há tanto tempo como isso. Recordo-me de ouvir falar dessa prática, no início dos anos 80, no meu primeiro emprego, que foi numa loja de porcelanas, faianças e artigos de decoração ali para a Baixa
Bjos
Pois é, Luís, é toda essa história e práticas que eu acho interessante divulgar e por isso aqui trouxe estas peças.
EliminarQuanto ao uso destas marcas até mais tarde, lembrei-me entretanto que tenho uma leiteira S.P. Coimbra com marca dos Grandes Armazéns do Chiado, já dos anos 30-40.
Posteriormente a isso só conheço porcelana V.A. encomendada por hotéis e com os respetivos nomes, não com nomes de estabelecimentos comerciais, mas em qualquer altura pode aparecer...
Beijos e bom fim de semana
Maria Andrade!!
ResponderEliminarAdorei estes 4 pratos!
Eu tenho chavena com marcas lisboetas...
Abraços
Olá Flávio!
EliminarSerá que está mesmo de regresso à blogosfera? Continuo a notar o seu entusiasmo pelas nossas porcelanas!
Também tenho peças com marcas lisboetas e quero até postá-las brevemente, mas têm-se metido outras coisas e o tempo não é elástico...
Um abraço
Ola Maria Andrade!! Estou para ficar sim!! :D pelo menos assim espero enquanto Vista Alegre houver para comprar!! ahahah
ResponderEliminarpreciso da sua ajuda.. envie-me o seu email num qualquer comentário do meu blog pfvr..
beijinhos
Olhe, Flávio, ando com pouco tempo e tinha-me escapado este seu comentário ;) O meu e-mail está aqui no blogue no meu perfil, mas de qualquer forma, aqui vai: andrade.maria82@gmail.com
EliminarAinda bem que está para ficar!
Um abraço
Possuo 1 serviço de jantar incompleto (40 peças) com as seguintes marcas CASA BUISSON, Rua de Santo António, 45 Porto e V.A. e ainda com 1 x e o nº.14. Será que alguém estará interessado em comprar?
ResponderEliminarDeixo o meu e-mail para eventual contacto: fstrecht@gmail.com
Tenho uma foto do serviço em causa mas não sei como a colocar. Alguém me poderá ajudar? Agradeço.
ResponderEliminarBom dia.
ResponderEliminarTenho um serviço VA cujo o pires tenho uma estampilha de 1980/1992 por decalque e nas taças a mesma estampilha a carimbo com ref. A data 1824-1984 mas a carimbo ! E normal isto? Agradeço ajuda
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