sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Apontamentos Arte Nova na Curia - II

Chalé Navega

O chalé Navega foi o primeiro edifício do complexo que veio a formar o Hotel Palace da Curia.
Foi mandado construir em 1913, pelo Dr Luís Navega, grande impulsionador das Termas da Curia e seu primeiro diretor clínico. Situava-se numa vasta quinta, propriedade deste médico, junto à estrada que ligava Tamengos a Mogofores.


As linhas curvas e os ferros forjados tão típicos do período Arte Nova

Ao lado deste chalé, veio a nascer outro edifício, também destinado a ser explorado como hotel, que foi sucessivamente ampliado de forma a garantir abundância de quartos compatível com o crescimento constante do número de aquistas na Curia.
No entanto, só depois de todo o espaço ser comprado pelo hoteleiro Alexandre Almeida, se deram as ampliações e alterações que iriam dar origem ao  Hotel Palace da Curia, concluído em 1926, segundo projeto do arquiteto Norte Júnior.


Fachada lateral do Hotel Palace, onde foi integrado o primeiro edifício construído ao lado do chalé Navega

Fachada principal do Hotel Palace

Nesta fachada está bem em evidência o ecletismo do arquiteto Norte Júnior, que fez uma integração harmoniosa de elementos clássicos, Arte Nova e Arte Deco.



Rostos femininos, grinaldas e vitrais a marcar a presença da estética Arte Nova


Uma de várias floreiras decoradas com azulejos Arte Nova


Pormenor do átrio do hotel onde se destaca a estrutura do elevador, a magnífica escadaria em caracol e o  varandim que domina o espaço a toda a largura

Com as mesma etiquetas, seguir-se-ão outros postes sobre edifícios antigos da Curia.

3 comentários:

  1. A primeira palavra que me ocorre depois de ler o seu post é “mas que charme!”

    De facto, toda esta arquitectura respira charme, é feita para ser bonita, para agradar à burguesia endinheirada ou à até mesmo aquela aristocracia, que já perdeu o pejo em se misturar com os novos ricos. Recentemente vi um filme, baseado numa obra da escritora francesa Coltte, o Chéri, em que a personagem principal, desempenhada pela Michelle Pfeiffer, vive numa casa arte nova, com um interior decorado no mesmo estilo, absolutamente charmoso.

    No Norte essa arquitectura sobreviveu melhor, que em Lisboa, Aqui na capital, o movimento modernista tomou como inimigo principal a arte nova e os estilos fin-de-siècle. Moradias, hotéis e prédios de apartamentos nesses estilos foram demolidos sistematicamente desde os anos sesssenta até aos nossos dias. Só no tempo em que o João Soares e o Sampaio foram presidentes da câmara é que as destruições pararam um pouco. Depois de eles se terem ido embora, recomeçaram as demolições e as Avenidas Novas são hoje um aborto urbanístico completo. Se em Lisboa, ainda quisermos ver conjuntos de arquitectura fin-de-sécle ou arte nova temos que ir para os bairros que circudam a Av. Almirante de Reis, tais como os Anjos ou Arroios.

    As avenidas novas foram criminosamente destruídas e presidentes da câmara como Cruz Abeassis, Santana Lopes, Carmona Rodriguez ou António Costa deveriam ser julgados por crimes contra o património cultural.

    Desculpe-me o libelo político ó Maria Andrade, mas ando irritado com o rumo que se dá à cultura

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  2. E tem toda a razão nessa indignação, Luís. Se há coisa q mexe comigo é o desprezo a q se votam os bens culturais e a destruição gratuita de património, por xs único e insubstituível, q é pertença de todos nós. Nisso, certos autarcas e a sua entourage, mais ou menos corrupta, ou simplesmente ignorante, têm muita culpa.
    Tomei nota desse filme com base numa obra da Collette porq adoro filmes de época e também gosto muito da Michelle Pfeiffer, sobretudo nesse tipo de filmes. Aliás, há vários filmados na Curia e algumas cenas da série "Equador", também foram aqui feitas, a atmosfera é propícia.
    Abraços
    Maria A.

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  3. Desculpe-me as gralhas.

    Creio que ainda encontrará o filme à venda. Para quem gosta de arte nova é um regalo para a vista

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