terça-feira, 3 de maio de 2011

Azul cobalto, ouro e flores/ Cobalt blue, gold and flowers


Em mais um evento Tea Cup Tuesday, eu resolvi mostrar algumas peças que têm em comum a decoração a azul cobalto, ouro e flores.


Esta peça, em faiança inglesa, é uma caixa para chá, o que se chama tea caddy. Fabricaram-nas nos mais diversos materiais - porcelana, faiança, prata, osso, marfim, madeira, papier-mâché, etc. - e há hoje grandes colecionadores destes objetos.
Ostenta o padrão decorativo Mandarin com as cores mais marcantes da produção Mason's -  azul cobalto, vermelho ferro e ouro - sempre presentes nas populares decorações imari.
Este género de decoração é muito caraterístico da produção Mason's, firma que, em 1813, patenteou um tipo de faiança a que chamaram ironstone china, pela sua dureza e resistência a uma manipulação diária.


O fundador da empresa, Miles Mason, começou a sua carreira como comerciante em Londres de porcelana chinesa importada pela Companhia das Índias, ainda no final do século XVIII. Com a riqueza acumulada nessa actividade, ele abriu uma fábrica de faiança em Fenton, Staffordshire, em 1806, a que deu o nome de Minerva Works. No entanto, sendo um negócio de família continuado por filhos e netos até meados do século XIX, a sua produção foi sempre mais conhecida pelo nome da família, Masons ou Mason's. Este nome, bastante conhecido e prestigiado em Inglaterra e no estrangeiro, manteve-se até à atualidade, fazendo agora parte do Grupo Wedgwood.
As chávenas e pires que ladeiam este tea caddy, embora também inglesas e com cores semelhantes, não são do mesmo fabrico. Falarei delas num outro post.



Esta chávena e pires de chá, que acho de uma beleza extraordinária, fazem  parte de um par que me tem feito perder horas em pesquisa, já que não dispõem de qualquer marca de fabrico. Apenas os dois pires têm a letra g, desenhada à mão, gravada na porcelana. 

Eu adoro a pintura à mão, os desenhos a ouro sobre o azul cobalto, mas sobretudo os belos bouquets pintados no interior das chávenas.


Já considerei várias hipóteses de fabrico: português -Vista Alegre; francês - Vieux Paris (Velho Paris);  inglês - período Regência, mas há sempre um pormenor que não bate certo com cada uma das possíveis proveniências.

No caso da Vista Alegre, embora eles tenham decorações semelhantes, eu não conheço exatamente este modelo de chávena; se elas fossem Velho Paris, cuja vasta e diversificada produção não conheço muito bem, penso que teriam uma pega diferente e não esta pega em forma de anel; se fossem inglesas, do século XIX, elas poderiam não ter marca mas teriam certamente um número de padrão no fundo.



Depois de todas estas considerações, recebi a ajuda preciosa do Manel num comentário e estou agora convencida de que as chávenas são francesas, Vieux Paris ou Sèvres. Inclino-me  mais para a hipótese avançada pelo Manel de serem Vieux Paris, já que a porcelana de Sèvres ostenta geralmente a famosa marca dos Ls entrelaçados, para além de outras marcas que possa ter de pintores, douradores ou oleiros.

17 comentários:

  1. Sua seleção para o teacup tuesday hoje é belíssima! Adorei as xícaras com o azul cobalto profundo e rico. As flores no centro da xícara é um detalhe que eu aprecio muito.
    abraços
    Fábio

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  2. Your Mason tea cups and caddy are stunning! How wonderful that you have this set and know so much about it.
    The next two cups are gorgeous as well. The roses and other flowers are beautifully painted! I have a few cups I can not find a history for as well. Maybe one day you will run across some information about it.
    Hugs,
    Terri

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  3. Hermosura de tazas de Meisson y el caddy esta de ensueño! Me encanta la porcelana Inglesa! Las otras con las rosas son bellisismas!
    Cariños.
    FABBY

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  4. Hello Maria,
    Your tea caddy and tea cups are stunning! I enjoyed reading your information about them. How lovely to have them. Thanks for sharing and for joining me for tea.

    Blessings,
    Sandi

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  5. Love the Mason's tea set - the colours are beautiful. The other tea cups are very pretty too.
    Liz

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  6. Realmente deve ter feito um texto mais adaptado à aplicação de tradução, pois esta até está passável. Melhor que outras anteriores.
    O formato das chávenas que apresenta em último lugar, o recorte dos bordos e a asa incluída, é quase cópia de um conjunto de 12 que possuo, em porcelana branca, decorada só a ouro com frisos de parras e uvas (igualmente a decoração surge nas chávenas pelo lado interior delas) e, no bordo, concheados e florões, e que são consideradas Vieux Paris (noto que a decoração das minhas nada tem a haver com estas que apresenta).
    É possível realmente que sejam Vieux Paris, pois esta loiça, de grande qualidade, de uma pasta dura, de um branco puro, leitoso, com um vidrado de alto brilho, sem no entanto parecer "brilho plástico", e decoração obtida muitas vezes quase exclusivamente a ouro, era frequentemente, e simplesmente, marcada na pasta, sob o vidrado, com uma letra ou um número pelo próprio operário, para que fosse reconhecido o seu trabalho e para que recebesse o que tinha direito (à semelhança do que sucedia com as marcas sigilatas dos edifícios).
    As minhas chávenas estão simplesmente marcadas na pasta com um "V" em que o primeiro braço da letra apresenta uma curva tipo bengala, para fora.
    Talvez seja uma achega, mas sem certezas nenhumas, pois eu próprio, para lá da avaliação que foi feito delas, não estou seguro a não ser que veja algo que as date e as identifique de forma inequívoca.
    Manel

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  7. Meeting you has been a pleasure,your tea cups are beautiful
    Love

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  8. Caro Manel,
    Agradeço muito a sua achega sobre as minhas chávenas, que me forneceu uma pista preciosa para identificação do fabrico. Tinha-me esquecido de referir, mas já acrescentei agora ao post, que os pires têm a letra "g" gravada na pasta. Estas marcas dos artesãos também aparecem na produção inglesa, mas geralmente é um sinal pintado a que chamam "tally".
    Sèvres também tem sinais destes, iniciais dos nomes de pintores, douradores ou oleiros e outros pequenos desenhos identificativos. Tenho num livro de marcas uma longa lista por ordem alfabética dessas iniciais e outros sinais. Até lá está um "g" de um oleiro (daí talvez a marca gravada na pasta) de nome Godin, François Aimé, 1813-1848, mas veja lá que se não fosse o seu comentário, não teria feito a associação.
    Graças a si, estou agora convencida que as chávenas são francesas, Velho Paris ou Sèvres.
    Um abraço

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  9. Manel,
    Entretanto lembrei-me de lhe fazer uma sugestão: porque é que não convence o Luís a fazer um post com as suas chávenas Velho Paris? São certamente dignas de serem apreciadas e eu adoraria poder comparar os formatos... :)
    É um pedido egoista, eu sei, mas espero que não seja inconveniente.
    Abraços

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  10. Prefiro enviar-lhe por e-mail as fotografias da chávena.
    O meu e-mail é manel.s.cardoso@gmail.com
    Manel

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  11. Só agora pude aqui vir. Enfim, tenho menos tempo agora, mas as chávenas são de facto bonitas e ainda bem que conseguiu mais elementos para a sua identificação. Fico piurça enquanto não descubro a origem de uma peça.

    Instalei o google translator, mas o resultado foi tão calamitoso, que apaguei tudo logo de seguida. Julgo que devo escrever com muitas expressões idiomática e o resultado é um texto absolutamente disparatado.

    abraços

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  12. I'm so pleased that you enjoyed my post on our Royal Wedding Breakfast, but I'm not Kathleen.

    I love your beautiful cobalt blue china. Just stunning. Perhaps you'd like to link to Seasonal Sundays this Sunday.

    - The Tablescaper

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  13. I love the shape of the cup! and lovely blue colour

    Love Dawn xx

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  14. Caro Manel,
    Fico-lhe muito agradecida por aqui ter deixado o seu endereço. Já lhe enviei um e-mail para que consiga mandar-me as fotos.
    Abraços

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  15. Caro Luís,
    Dá bem para perceber que tem andado com menos tempo, infelizmente.
    Eu própria, já sem obrigações profissionais, às vezes pareço uma barata tonta sem tempo para nada. Esta história do blogue e as visitas e comentários, acabam por consumir muito tempo.
    É verdade o que diz sobre o Google Translator. Se escrevemos fluentemente com o nosso estilo próprio, dá asneira na tradução automática.
    Eu só me preocupo em fazer frases mais certinhas, mais lineares, nos posts de terça-feira, enquanto não voltar a fazer posts bilingues, porq senão assassinamos o nosso estilo pessoal na língua materna... Desde que a tradução automática dê para perceber alguma coisa do conteúdo, já faz algum serviço a favor da divulgação das nossas coisas, por isso conforme-se com as más traduções e instale mesmo o Google Translator.
    Um abraço

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  16. Dear Tablescaper,
    Welcome in my blog!
    I´m so sorry for having addressed you by a wrong name. I remember I was looking for your name to write the comment and suddenly I got mixed up. But I really enjoyed visiting you and seeing all those beauties.
    I'll try to link to Seasonal Sundays.
    Cheers

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  17. Hi Dawn,
    Thank you for visiting and for the nice words!
    You're always welcome in my blog.
    Hugs

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