Já toda a gente por aqui sabe que o meu gosto por cerâmica, tanto porcelana como faiança, se estende à azulejaria, apesar de já há algum tempo não fazer um post sobre azulejos.
Desta vez vou mostrar uma inovação: um pequeno painel de azulejos que finalmente nos decidimos, eu e o meu marido, a aplicar numa parede, copiando descaradamente a ideia do LuísY que tem vários aplicados nas paredes da sua casa.
A verdade é que gosto muito de os ver nas fotografias que o Luís tem mostrado no blogue e quis ver o efeito aqui em casa, com um pequeno conjunto só de seis azulejos; talvez venha a comprar mais, para o aumentar um pouco.
Ficaram enquadrados pelos pés duma mesa de jogo e as cores adequam-se na perfeição aos tons das faianças Carvalhinho que tenho neste recanto.
Como sempre achei que os dois azulejos com a folhagem azul deveriam ficar ao meio, isso condicionou toda a composição, porque tiveram que ficar em espelho e depois houve dois que já não encaixaram nessa posição.
Este padrão com as fitas a azul permite outras combinações que chegámos a ensaiar e fotografei uma que também ficava muito bonita, mas gostámos mais de ver aquela espécie de medalhão ao centro.
Sem dúvida, estes azulejos estão entre os meus preferidos do final do século XVIII, com as decorações de flores e fitas ao estilo neoclássico do reinado de D. Maria I. Fazem decorações muito leves, muito graciosas e femininas.
Encontrei exemplares destes num painel belíssimo reproduzido na obra "Cerâmica Neoclássica em Portugal", IPM, Lisboa, 1997.
Trata-se de um silhar com fabrico atribuído a Lisboa, 1785-1790. Aqui, para além da lindíssima cercadura, surgem duas reservas circulares sobre o padrão, com paisagens ribeirinhas e figuras a manganés.
Na minha opinião, um verdadeiro regalo para os olhos! Nesta obra, que eu não possuo mas requisito muitas vezes, encontram-se várias outras maravilhas do género.
Entretanto, a If, na sequência da referência do Manel à obra que foi publicada há uns anos sobre a produção da Real Fábrica de Louça ao Rato, enviou-me a fotografia da capa e também da página onde se encontra o painel com azulejos neoclássicos iguais aos meus. Verifico também aqui que as flores eram colocadas sempre para cima, por isso os meus azulejos ainda vão sofrer uma pequena alteração (só precisamos de mudar a posição de dois deles, o inferior centro e o inferior direito), mas talvez só quando tiver mais para acrescentar.
Maravillosos azulejos Portugueses antiguos Maria, que hermosas cosas nos muestras, me encantaria esos azulejos en mi baño de visitas! Me encanta todo lo que es de ceramica y porcelana de tu pais. Gracias y que tengas un lindo fin de semana mi amiga. Abrazos.
ResponderEliminarFABBY
Olá Maria
ResponderEliminarMuito expressivo o seu painel de azulejos. O enquadramento mostra bem a perfeita relação das vivências espaciais interior/exterior e interage com a mesa e as faianças. A sua configuração espacial originária - um painel ou silhar - metamorfoseou-se, adaptando-se a uma configuração espacial nova, enriquecendo-a e ilustrando, de forma excelente,a sociabilidade do azulejo com os novos locais onde se insere.
Um abraço.
if.
Também ando com planos de copiar a idéia do LuísY. Tenho paixão por azulejos portugueses desde pequeno. O fato é engraçado, o primeiro livro que ganhei era um livro sobre uma coleção de azulejos portugueses do século XVIII, que estão na reitoria da universidade federal da Bahia, eu ainda não sabia ler, mas pedi o livro porque adorei as muitas ilustrações dos preciosos azulejos.
ResponderEliminarOlá Fabby,
ResponderEliminarFico muito satisfeita por te declarares apreciadora de porcelana e faiança portuguesas.
Os azulejos realmente distinguem-nos e podes comprar ainda hoje quer originais antigos quer cópias destes ou de outros semelhantes, que se continuam a produzir e estão à venda em Lisboa.
Bom fim de semana também para ti.
Abraços
Cara If,
ResponderEliminarCertamente estes azulejos foram concebidos para espaços interiores, e mesmo que aplicados em paredes exteriores, terraços ou jardins, eram destinados a olhares privados e não públicos, ao contrário dos azulejos de fachada do século XIX.
A produção azulejar enche-nos de orgulho, justificadamente, porque aqui atingimos a excelência, e reflete bem a nossa história de interação com outros povos.
É por isso que eu não resisto a ir comprando alguns exemplares, mas depois surge sempre o problema de onde e como os expor…
Para estes acho que arranjámos uma boa solução.
Um abraço
Olá Daniel,
ResponderEliminarSeja bem vindo aqui de novo!
Aprecio muito a visita de parceiros lusófonos também amantes de objetos com história - e afinal parte dela é-nos comum.
Pelos vistos o LuisY está a ser fonte de inspiração a alguns de nós nesta área, sinal de que partilhamos os mesmos gostos...
Muito obrigada por ter aqui evocado memórias da sua infância relacionadas com os azulejos e ainda ficámos a conhecer a existência dessa coleção de azulejos portugueses do século XVIII na Baía.
Tenha um bom fim de semana.
Gostei dos azulejos e do painel,mas também das informações deixadas pela Maria...Bom fim de semana.
ResponderEliminarOlá Maria Andrade.
ResponderEliminarAmei essa coragem de "copiar" a ideia do Luís Y.
Ficou maravilhoso. as peças "Carvalhinho" e o móvel saíram enriquecidos no conjunto harmonioso.
Parabéns, uma feliz ideia
Beijos
Isabel
já cá tinha vindo espreitar os seus azulejos, mas tenho andado entretido em receber o nosso amigo Fábio, que desembarcou na Ocidental praia Lusitana e anda louco com tanto... azulejo!!!!!
ResponderEliminarAchei lindamente que colocasse os azulejos na parede. aconselho-a a andar com o desenho do azulejo na carteira e assim, que vir mais um igual, compra-o e vai aumentando o painel. o Manel tem um caderninho com os desenhos dos azulejos padrões que colecciona e só esse caderno é uma delícia.
Os azulejos combinam com o móvel e a faiança.
A única coisa que teria feito diferente, é que começaria a por os azulejos a partir do rodapé, mas talvez encontre um friso tb em azulejo, que colmate aquele espaço branco entre o rodapé e painel.
Ficarei à espera de ver aqui mais azulejos a invadirem a sua casa-
Abraços
Caro José Castro,
ResponderEliminarMuito obrigada pelo seu simpático comentário.
Ultimamente também tem mostrado belíssimos painéis de azulejos no seu blogue, alguns de estilo neoclássico, provavelmente cópias de final do séc. XIX ou início do XX.
Cumprimentos
Olá Maria Isabel,
ResponderEliminarAinda bem que gostou da ideia copiada do nosso amigo Luís.
Não foi preciso muita coragem porque limitámo-nos a colar os azulejos com um pouco de silicone, em qualquer altura a coisa é reversível...
Mas realmente gosto de ver o conjunto.
Abraços
Luís,
ResponderEliminarTambém já calculava que andasse ocupado a mostrar as maravilhas de Lisboa ao amigo Fábio e certamente cumpre muito bem esse papel!
Quanto aos azulejos, ainda experimentámos colocá-los sobre o rodapé, mas como são muito poucos, não gostámos de ver. Só se tivesse ficado só uma fila deles, mas perdia-se o efeito bonito do padrão.
Gostava de encontrar azulejos marmoreados para fazer o friso a seguir ao rodapé, e claro, aumentar o painel do padrão.
Obrigada pelas dicas.
Um abraço
Me encantan los azulejos antiguos,sus diseños son preciosos y es un placer encontrarme con ellos en tu blog
ResponderEliminarUn Beso
Voltei aqui, estava consultando o oráculo (google) e numa busca sobre azulejos me apareceu a seguinte imagem: http://2.bp.blogspot.com/_LRMGP4_yYnE/SG5gwWjw7JI/AAAAAAAAAC8/YN5rtauyG9c/S1600-R/Colecao-de-Azulejos-07--Mar.jpg
ResponderEliminarNão pude deixar de te mostrar.
Dearest Maria,
ResponderEliminarWhat fabulous tiles.., amazing; so colorful as well!
Thanks so much for joining for last week's tea also.., I am very late this week, yet I want to say thank you and also that your Blue and white porcelain is exquisite as always; such interesting pieces!
Hugs, Wanda Lee
Este padrão também foi produzido pela fábrica do Rato, o qual aparace na obra sobre a produção e história desta Fábrica.
ResponderEliminarTal como a Maria Andrade, tenho um painel com este motivo para colocar na parede (foram dos primeiros que adquiri, já lá vão uns anos, e tenho-os, creio, provenientes de mais do que uma fábrica e, provavelmente, de várias épocas), só que vou colocar-lhes um friso a toda a volta, pois ficarão com um aspecto mais acabado.
O motivo também me encantou
Uma boa semana
Manel
Olá, de novo, Daniel Figueiredo,
ResponderEliminarMuito obrigada pelo link que aqui deixou.
Os azulejos são mesmo iguais ao meus, só não consegui perceber em que coleção se encontram.
Um abraço
Olá Manel,
ResponderEliminarQue coincidência ter também azulejos destes para aplicar em sua casa! O motivo é realmente encantador!
Imagino que tenha conseguido reunir um número bem maior do que este, estando aí na capital, afinal a origem da produção de todos estes padrões e onde se encontram mais à venda.
Não sabia que alguns destes eram provenientes da Fábrica do Rato; já folheei a obra que refere, mas não me demorei a consultá-la...
Tem razão quando diz que com um friso o painel fica com aspeto mais acabado. O problema é encontrar o friso adequado. Pensei num marmoreado por ser mais fácil de arranjar, mas talvez não seja o mais adequado para estes azulejos...
Bem, primeiro tenho que encontrar mais iguais a estes e depois logo se pensa no friso :)
Obrigada pela partilha.
Uma boa semana também para si.
Segundo a edição conjunta dos Museus do Azulejo e do Soares dos Reis, está na página 502.
ResponderEliminarArranjei uma cercadura algo semelhante à que se encontra nessa página, porque a achei muito adequada.
Este motivo é muito fácil de encontrar e devo ter cerca de 42 unidades com este motivo, o qual exige algum cuidado no "casamento" devido ao nº de azulejos que formam o padrão.
Manel
Olá Manel,
ResponderEliminarQue inveja me faz com todos esses azulejos lindíssimos! E também já tem cercadura adequada!
Sabe que a If me mandou por e-mail fotografias do painel e da capa da obra que refere sobre faiança do Rato? Vou acrescentá-las ao post.
Mais uma vez verifiquei que colocavam estes azulejos sempre com a flor para cima e só agora constatei que há dois tipos de flores, conforme têm o desenho da fita azul por cima ou por baixo. Tinha-me guiado só pelo desenho da fita, mas afinal as flores também são um pouco diferentes.Temos que ter sempre flores dos dois tipos em igual número e a partir daí é fácil montar os painéis.
Se não utilizar os seus azulejos todos, já sabe que tem aqui uma candidata a ficar com alguns :)
Um abraço