terça-feira, 2 de abril de 2013

Livrinhos


Assinala-se hoje o Dia Internacional do Livro Infantil e por isso escolhi este dia para partilhar aqui as muito estimadas velharias que são os livrinhos que me restam de quantos recebi e me encantaram na minha  longínqua infância. Era esta a prenda que eu preferia e assim fui reunindo um número apreciável destes contos numa época em que as bolsas não se abriam com muita frequência  para aceder aos pedidos das crianças.


Quase sempre as ilustrações no interior eram desenhos a preto que eu ou outras mãos infantis nos entretinhamos a colorir, mas ainda me lembro de dois maiores, com ilustrações a cores lindíssimas, que tanto foram apreciados e manuseados que acabaram por desaparecer, já na geração seguinte ;) - A Gata Borralheira e A Menina do Capuchinho Vermelho.

Um exemplar igual ao que eu tive e que adorava

Os que ainda restam são quase todos das edições Majora, dos anos 50 e 60, de várias coleções com nomes bem sugestivos: Colecção Pequenina, Colecção Princesinha, Colecção Mil e Uma Noites, Colecção Formiguinha, Colecção Pintarroxo, Colecção Varinha Mágica... e depois havia a Colecção Manecas das Edições Romano Torres. É desta coleção o mais antigo que  ainda tenho, O Sapatinho do Natal, que me chegou da geração anterior à minha.




Na contra-capa ainda se veem os preços carimbados, 2$00, 2$50, 3$00... A minha primeira semanada era de $70 precisamente para comprar aos sábados um livrinho da Colecção Formiguinha, um dos conjuntos mais pequenos que atei com uma fitas para não se perderem.
Espero que as pessoas que me visitam e viveram a sua infância há 5 ou 6 décadas,  gostem de rever estas pequenas preciosidades desses tempos únicos da nossa  meninice...

13 comentários:

  1. Que interessante Maria Andrade, esse livrinho com a "História do Tapete Voador" era um dos que mais me encantava, e mantive-o durante algumas mudanças de casa, mas depois ... desapareceu como todos os outros.
    Havia uma coleção apreciável de livrinhos destes espalhados pela casa, sobretudo porque tinham pertencido à minha irmã, e que eu acabei por herdar (temos 10 anos de diferença).
    Também os adquiria quando tinha com quê ou quando os encontrava, pois não era fácil encontrá-los nos locais onde vivia.
    Não sobreviveram às muitas mudanças de casa que entretanto se foram sucedendo, e lá devem ter ficado a fazerem as delícias de mais algum menina ou menino, até que se devem ter desfeito em pedacinhos seguramente.
    Talvez um ou outro tenha vindo até Portugal, mas até estes já não consigo localizá-los. Parece que levaram sumiço.
    Obrigado por nos ter trazido aqui esta recordação que tão grata me é.
    Quanto à chuva e ao mau tempo, lá pelo Alentejo, não houve forma de lhes escapar. Foi uma desgraça!
    Tive um pequeno contratempo, com a entrada de água num dos quartos, mas lá se conseguiu cumprir minimamente os objetivos que estavam planeados, mas devo confessar que não foi nada fácil!
    Uma boa semana para vós.
    Manel

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    1. Fico satisfeita por ter aqui trazido ao menos um título que ainda recorda de todos os que o encantaram na infância. É uma pena que tenha perdido os seus livrinhos! Gostamos sempre de rever objetos que nos foram familiares há muito tempo, mas que entretanto desapareceram de circulação.
      Os livros de histórias sempre fizeram as delícias de qualquer criança, mesmo ainda hoje apesar de todas as tecnologias que lhes põem à disposição... e nós não tínhamos nada disso...
      Então lá pelo seu Alentejo chuva e obras! Realmente são coisas que não combinam, mas o Manel vai prosseguindo com gosto e assim chegando ao que pretende!
      Um abraço

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  2. Olá Maria,
    Obrigado pelo que me fez recordar. Esperava ansiosamente por essas pequenas maravilhas que chegavam parcimoniosamente pela mão de meus Pais.Compravam-nos na Beira, quando iam "fazer o rancho" uma vez por mês. Nem sempre, valha a verdade. Eram lidos e relidos inúmeras vezes. Mais tarde, aí pelos meus dez anos começaram a chegar os da colecção Homenzinhos, creio eu. O Robin dos Bosques, O Último Moicano e outros. Mas bonitos, bonitos continuavam a ser esses pequeninos de cores tão lindas! Já não existe nenhum, destruídos que foram que mafarrico do meu irmão. Mas a Maria voltou a trazer-mos à memória e fez-me recordar momentos fantásticos. Mais uma vez obrigado.
    Como deve calcular, este comentário foi escrito a duas mãos e não a quatro, como é hábito.
    É verdade, Beira, Moçambique:)
    Um beijinho.

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    1. Fiquei surpreendida por o ver aqui comentar fora da área da sua especialidade mas realmente a partilha destas recordações de infância é algo de muito forte!
      Percebi logo que estava a falar da Beira em Moçambique, também lá tive familiares que conheci só no fim da adolescência, pouco antes do regresso definitivo...
      Achei graça que referisse a coleção Homenzinhos, que eu nem sequer conhecia, e os títulos que se destinavam mais a rapazes. Nessa altura, sobretudo a partir dos dez anos fazia-se muito essa distinção, mas eu cheguei a ter livros da coleção Biblioteca dos Rapazes, como o "Robinson Crusoe" que adorei ler!
      Ainda bem que gostou do post!
      Um abraço

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    2. Ola Maria,
      Desculpe a minha senilidade (precoce?). Queria referir-me evidentemente à Biblioteca dos Rapazes, que li toda.
      Aliás nunca percebi porque é que Mulherzinhas da Louisa May Alcott estava na Biblioteca das Raparigas. Pois se era tão bonito!
      Eram livros inteligentes aliando no mesmo volume banda desenhada e texto corrido.
      Felizes tempos esses em que a minha Avó a meio da noite me vinha apagar a luz com um ralhete e o fim do livro tinha da esperar pelo dia seguinte.
      Um beijinho

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    3. Não se preocupe, pelos vistos começamos a perder capacidades a partir dos 25 anos, por isso... :)
      Realmente essa distinção entre Biblioteca das Raparigas e Biblioteca dos Rapazes era completamente arbitrária, era a tendência da época para formatar as mentes jovens segundo determinados padrões e determinados papéis a desempenhar... Mas ainda bem que lemos uns e outros independentemente do nosso género.
      Bjos

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  3. Gostei imenso, e a Maria tem uma colecção enorme!...
    Alguns também os tenha e, de vez em quando, vou revê-los, com gosto e alegria.

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    1. Também gostei de o ver por aqui, APS!
      Não é propriamente uma coleção, apenas fui guardando os livrinhos e estes chegaram até hoje, por enquanto estão a salvo ;)

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  4. Olá Maria
    Parabéns pela sua colecção de livros infantis.
    De alguns ainda me lembro,nomeadamente os da colecção Manecas e, principalmente, os da Condessa de Ségur que fizeram as minhas delícias.Com eles podiamos dar asas à imaginaçao e participar nas aventuras que nos descreviam.
    Aqui por casa ainda existe um, que veio do meu marido e ainda faz vibrar os netos.
    Cumprimentos
    if

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    1. Olá If,
      Também me lembro desses livros da Condessa de Ségur, da Colecção Azul... mas antes passei por quase todas as aventuras dos cinco, da Enid Blyton :)
      Estes livros de histórias passaram já pelas mãos dos meus filhos, mas o meu neto ainda não teve direito ;) embora também já tenha os seus livrinhos, todos atraentes e modernaços, claro...
      Um abraço

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  5. Recordo-me de algumas das capas que mostrou, a Boa sorte do cenourinha, o Leão e o lobo atrevido, bem como da colecção a formiguinha e o Pintarroxo. Infelizmente nada disso sobreviveu. Era o último dos irmãos e já os apanhei em mau estado. Eu não tratava muito bem os livros e devo-os ter riscado e enchido de desenhos. Os últimos terão ido para o lixo quando o meu pai se desfez de um armazém há coisa de uns 3 ou 4 anos.

    Relativamente aos meus filhos tenho sido mais cuidadoso, comprei uma colecção da Anita à minha filha, muito completa, com muitos exemplares comprados em alfarrabistas e feiras de velharias. As ilustrações que o Marcel Marlier fez para esta série da Anita são pequenas obras-primas. Também lhe fiz colecções completas de tintins e astérixs que são ainda usadas por todos, inclusive por mim. Se não acontecer um terramoto ou uma guerra civil, julgo que conseguirei transmitir esses livros aos meus netos, se viver até lá, bem entendido.

    bjos

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    1. Acho que o Luís fez muito bem em fazer essas coleções para a sua filha, são histórias intemporais que qualquer criança gosta de ler.
      É uma pena, mas quando estes livritos ficam em muito mau estado não há nada a fazer. Alguns destes também têm umas riscalhadas dos meus filhos, sobretudo do mais novo quando ainda não sabia ler mas os apanhava a jeito das mãos da irmã ;) E da infância deles também por cá há Anitas, Astérixes e Tintins que ainda vão ser apreciados pelo(s) meu(s) neto(s), espero :)
      Um abraço

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  6. Olá boa noite, Tem para vender livros da colecção Colecção Mil e Uma Noites? Obrigado

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