terça-feira, 16 de julho de 2013

Bebendo chá pelo pires - Drinking tea from the saucer

Boris Kustodiev - Mulher de comerciante bebendo chá -1923 

Hoje, esta prática de sorver o chá pelo pires, quem sabe se até com um ruidozinho a acompanhar, :) parece-nos estranha, muitos diriam até que é sinal de falta de chá (!), mas a verdade é que era uso corrente nos salões do século XVIII, nos países da Europa e no Novo Mundo.
Nas culturas mais a oriente, o uso manteve-se até bem dentro do século XX, como se pode ver por estas duas pinturas  de  artistas russos; e não faltariam outros exemplos para o ilustrar.

Konstantin Makovsky - Bebendo chá - 1914

A intenção era arrefecer o chá mais rapidamente, o que me parece muito boa ideia para quem não dispensa o chá mesmo no verão - eu, sinceramente, não sou grande bebedora de chá nesta época - só que os atuais pires, pequenos e baixos,  já não são muito apropriados a essa função.
Há que recorrer para isso aos formatos mais antigos, de final do século XVIII e princípio do séc. XIX, que foram muito usados na porcelana chinesa ao gosto europeu que cá chegou via Companhias das Índias e fabricados pelas primeiras indústrias de porcelana europeias. Esses pires têm a mesma capacidade, se não mais, que as chávenas ou taças com que fazem conjunto.


É o caso destes exemplares que já aqui partilhei, de fabrico inglês New Hall ou Coalport em decorações Família Rosa, provavelmente da primeira década do século XIX.


Restava-me pôr à prova um desses conjuntos, para tomar um chá de caramelo de nata (Teestunde Sahne Karamell), delicioso,  que veio, imagine-se ... da loja do Palácio de Sanssouci em Potsdam, perto de Berlim...


E como se pode ver, o pires cumpriu bem a função e já posso beber um chá menos escaldante sem ter que esperar muito...
E para terminar, mais uma pintura que ilustra esta forma de tomar chá, desta vez à volta da mesa familiar,  e que encontrei, como as outras duas, em http://www.wikipaintings.org/en/search/tea/1#close.

Nikolay Bogdanov - Novos donos (Bebendo Chá) - 1913

Mais uma vez me associo, embora com um pouco de atraso, aos eventos das bloggers amigas do lado de lá do Atlântico, que celebram o chá à terça-feira:

Tea Cup Tuesday da Terri e da Martha
Tea Time Tuesday da Sandi
Tuesday Cuppa Tea da Ruth



32 comentários:

  1. Very lovely pictures. How fun to do that. Have a wonderful week. Blessings, Martha

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    1. Hi Martha,
      Isn't it a bit odd? But serves the purpose...
      Thanks for hosting and enjoy your week, too. Hugs

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  2. Gosh Mary, what a fantastic revolution that is for me because the other day I bought two late 19th C Victorian cups with deep saucers and I was wondering why the saucers were so deep. Thank you for figuring this out. By the way, I love the Kustodiev painting...so charming. :)

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    1. Veronica, I'm so glad this post enlightened you about those deep saucers of yours! :)
      When will you share them? I hope it will be soon.
      The Kustodiev painting is really striking in its bright colours and details, isn't it? Cheers!

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  3. Hello Mary,
    Beautiful china. It is fascinating that it began that way. I have always thought it would be so awkward pouring the tea into the saucer from the bowl. But it must have worked for them. I don't own any tea cups so old as to not have a handle. But I do have a 19th century cup that has a very deep saucer. Thanks so much for your wonderful post!
    Hugs,
    Terri

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    1. Hi Terri,
      After all it's just a convention; the saucer is as good a container as the cup or bowl, isn't it?
      I love tea bowls, probably for their antique look and feel and also deep saucers, for the same reason...
      Thanks for hosting TCT. Hugs

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  4. Oh Maria! I love the first painting of the fat lady drinking from the saucer, like my g'girls do, lol! Everything is amazing here...from the stunning china to the artworks you have shared, my sweet friend. I'd love to have tea with you too! Who knows, maybe some day, ha! Big hugs,
    FABBY

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    1. Yes, Fabby, that fat merchant's wife makes such a beautiful painting! She reminds me of Botero's fat figures, which I also find very attractive.
      I'm glad you enjoyed the post, dear Fabby. Hugs

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  5. Such an interesting post! Love the pictures and the teacups. My daughters Father in law always drank his coffee from a saucer! Wishing you a wonderful week.
    Nancy

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    1. Hi Nancy,
      I'm becoming more and more aware that this still is an Eastern European custom. Probably your daughter's father-in-law had that family background(?)
      Thanks, I wish you a great week, too.

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  6. A fascinating post on drinking tea from the saucer, Maria. The cups and saucers are very pretty and I enjoyed the art as well. I have seen these handleless cups but never purchased them. Thank for sharing your wonderful post.

    Blessings,
    Sandi

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    1. Dear Sandi,
      I thought this tea drinking practice might be interesting to share here, as most of us aren't familiar with it.
      As to handleless cups or tea bowls, I love them and so I've already bought a few :)Thanks for hosting TTT and enjoy your week.
      Hugs

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  7. Curioso ter começado o seu post com uma obra de Boris Kustodiev. Há muitos anos comprei numa promoção um livro bilingue russo / inglês sobre este pintor e fiquei com uma paixão por ele, vamos lá nós saber porquê. Talvez porque os seus quadros sejam quase como fotografias, que aprisionem para sempre momentos da vida ou talvez porque que me recordem o filme do Dr. Jivago e os olhos de Lara, ou melhor da Julie Christie. Enfim, deliro.

    Achei muito curioso este seu apontamento sobre a evolução das chamadas boas maneiras, relacionado com o hábito do chá.

    Bjos

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    1. Para mim foi uma descoberta extraordinária este Boris Kustodiev, com uma obra muito vasta sobre temas diversos, quase sempre com um colorido forte, de cores vibrantes, e encontrei várias telas dele com este tema.
      Gosto destas pequenas histórias e curiosidades relativas ao chá. Já tinha lido sobre esta prática de o beber pelo pires mas as imagens ilustram melhor que as palavras...
      Um abraço

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  8. Hi there...I am behind on my visiting this week...too many dr appointments for my husband! I always love seeing your antique china. You have the most wonderful collection. I love tea bowls...and I know you love lusterware. Thanks so much for visiting and linking to Tuesday Cuppa Tea!
    Ruth

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    1. Hi Ruth,
      I know how busy it must be hosting these tea events and visiting lots of blogger friends... but family duties must come first.
      Thanks for your kind words and I wish all the best for you and your husband.

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  9. Olá Maria,

    Devo frisar que sou uma Maria cházeira,gosto imenso de uma boa chávena de chá, tanto no Verão, bem fresquinho, quer no Inverno para aquecer.No entanto, sempre tive o problema de não conseguir bebê-lo quando se encontra demasiado quente. Se eu soubesse da existência desses pires mais fundos, escusaria de perder tempo a deixá-lo arrefecer, mas para isso necessito encontrar uns belíssimos exemplares idênticos aos que aqui apresenta, e de preferência muito em conta!
    Como sempre adorei os "caquinhos";)!! E as pinturas foram também muito bem escolhidas,gosto particularmente da de Konstantin Makovsky. Aliás a Rússia tem pintores estupendos, que ainda não são suficientemente conhecidos. Existem alguns sites russos que fazem a sua divulgação, e inclusive a qualidade das imagens é fabulosa,pois quando estas são ampliadas não perdem a qualidade.

    Um abraço

    Alexandra Roldão

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    1. Alexandra, confesso que não aprecio chá frio e por isso o chá no verão não é propriamente "my cup of tea" :)
      Quanto a estes três pintores russos, o meu preferido é o Kustodiev, mas também adorei esta pintura de K. Makovsky pela beleza do modelo e do vestuário, o realismo do gesto...
      Ainda bem que gostou.
      Um abraço e bom fim de semana.

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  10. Caras Alexandra e Maria Andrade

    Recomendo-vos o site do Hermitage http://www.hermitagemuseum.org/html_En/index.html. Já tem uns 10 anos, mas continua a ser o meu preferido. É um nunca mais acabar de informação sobre pintura, mas também sobre ourivesaria e ainda porcelana e vidros. As fábricas imperiais de porcelana e vidro eram um luxo, que igualavam as suas congéneres francesas. Talvez até mais opulentas, pois a aristocracia russa não era dada à modéstia, nem à moderação.

    Bjos

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    1. Obrigada, Luís, já guardei o link e depois vou explorar quando tiver tempo.
      Em relação ao fabrico de vidro não estou a par, mas o fabrico de porcelana, que se iniciou no século XVIII com a Fábrica Imperial, sofreu influência direta de Meissen, embora Catarina II tenha logo incentivado a introdução de tradiçôes russas na modelação de figurinhas. Mais tarde, sobretudo as grandes peças de aparato, revelam influência de Paris e da Boémia, era essa a moda europeia, cheia de luxo e opulência nas casas reais...
      Bjos.






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    2. Luís, obrigada pela dica.
      Já fui cuscar, mas tive um percalço com o Java. No entanto, consegui aceder a peças lindíssimas.
      Já agora que estamos em maré de trocas de sítios interessantes, gostaria de vos indicar dois sites que costumo visitar amiúde, e que considero muito bons no que respeita a ilustração antiga.Não sei se já os visitaram:
      Um é a Biblioteca Pública de Nova Iorque, que disponibiliza colecções online

      New York Public Library
      http://digitalgallery.nypl.org/nypldigital/index.cfm


      O Outro, na mesma senda, é a Biblioteca Pública de Boston:

      Boston Public Library
      http://www.bpl.org/collections/online/

      Um abraço aos dois, e aproveitem estes lindos dias de Sol.

      Alexandra Roldão

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    3. Obrigada, Alexandra, mais dois interessantes sítios para visitar... on-line, porque já tive a ventura de poder visitar um deles ao vivo e a cores :)

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  11. hello
    jolie façon de boire le thé ( sur un fond
    que j'avais déjà aperçu en regardant un film avec
    Miss Marple
    je connais également le deuxième tableau Konstantin Makovsky
    votre porcelaine est très jolie , beaucoup de finesse
    dans la décoration
    très sympathique partage
    tendresse
    edith (iris)
    merci de votre passage sur mon blog" ombre et lumière "
    à très bientôt

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    1. Olá Iris
      Merci de ta visite.
      À bientôt, ici ou à "ombre et lumière"

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  12. Em Lisboa por um dia ou dois deu para ler os blogs, tratar deste ou doutro assunto, mas logo logo regresso à minha solidão alentejana.
    Gostei muito deste seu post, pois, além de apresentar peças de eleição, é informativo sobre uma prática que desconhecia.
    Creio que o hábito não deverá ter sido muito agradável para o ouvido, pois o som do " sorver" ... hummm ... (tosse seca)
    Mas a informação é preciosa, pois sempre me tinha perguntado qual a razão de pratos tão profundos para aquelas taças.
    No entanto, a pergunta que me fazia não me levantava também muita curiosidade, ou pelo menos não a suficiente para me levar à pesquisa.

    Os quadros que apresentou são apelativos, e sendo pouco conhecedor da pintura russa, fiquei algo curioso.
    O primeiro numa via tradicional russa, fazendo uso de cores mais primárias os outros segundo cânones mais internacionais, são deliciosos. Aliás, o último fez-me lembrar os "Comedores de batatas" de Van Gogh, ainda que as famílias retratadas pertençam as extratos sociais completamente distintos e, por consequência, utilizam gamas cromáticas diferentes.

    Mas será que este hábito de beber pelo pratinho é uma tradição mais nórdica?
    Será que em Portugal também existiu esta tradição do chá bebido pelo pratinho? Curioso!
    O conjunto de pratinho e taça com rosas e o pratinho na peanha são de uma beleza e elegância que me coloca sempre em êxtase. Absolutamente perfeitos na conjugação de cores e formas.
    Qualquer mesa com tal conjunto fica com um ar distinto!
    Bons dias de praia, pois adivinha-se que deverá estar por paragens mais frescas
    Manel

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    1. Adivinhou bem, caro Manel, nesta altura não paro muito tempo no mesmo sítio porque, para além das voltas habituais, as idas à beira-mar são frequentes.
      E, claro, os meus compromissos bloguistas ressentem-se disso. Já sei que o Manel é mais campo, mas campo tenho eu todo o ano...
      Quanto a este hábito de beber o chá pelo pires, pelo que percebi nas minhas pesquisas pela net, não será tanto nórdico mas antes levantino, pelo menos continua muito arreigado no Irâo e no Paquistão, como pode ler aqui:
      http://www.thekarachivoice.net/3/post/2012/10/to-drink-tea-from-the-saucer-or-not-to.html
      Mas eu fiz a pesquisa não por me intrigar o tamanho dos pires, mas porque já tinha lido sobre isso relativamente a hábitos europeus do séc. XVIII relacionados com o chá, portanto nessa altura seria prática comum aqui na Europa. Não sei é onde teve origem.
      E sem dúvida estas pinturas ilustram muito bem a forma de pegar no pires e proceder ao ritual do chá, não só individualmente, mas também em família à volta duma mesa, por isso se lembrou dos "Comedores de batatas"...
      Desejo-lhe continuação de boas férias... mas apareça de vez em quando :)
      Um abraço

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    2. Estava a fazer uma pesquisa acerca de louças antigas e deparei-me com o seu blogue, Maria A.
      Dou-lhe os meus parabéns.
      Assim que li o título - "bebendo chá pelo pires", fui repentinamente transportada à minha infância, e lembrei-me da minha Avó. Fez-me recordar um hábito, do qual eu já não me lembrava há muito...
      Quando o chá estava excessivamente quente, a minha avó colocava o chá no pires para eu beber!
      Achei que deveria "intrometer-me" no seu blogue e dar o meu testemunho. Portanto, em Portugal também haveria esse hábito.
      A minha avó nasceu no Porto nos finais do século XIX.
      Em casa da minha família (materna), desde a minha bisavó até à minha mãe, sempre se bebeu chá a toda a hora, quente, morno, frio. Eu também sou "chazeira", mas não tanto como elas.
      E só mais uma curiosidade, a propósito do chá: sempre que nascia um neto, a minha avó ia à "Ordem" (hoje diz-se clínica)e levava uma colher de prata, com a qual dava umas colherinhas de chá ao recém-nascido. Eu, o meu irmão, e os meus primos, não poderemos dizer que "não tomamos chá em pequenos"!
      Desculpe a intromissão, e por me ter alongado no comentário.
      Virei aqui de vez em quando, pois achei o seu blogue interessante e informativo.
      Cumprimentos.
      Ana Maria

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  13. Cara Ana Maria,
    Adorei ler o seu testemunho com saborosos pormenores da sua história familiar relacionados com o chá. Assim ficamos a conhecer hábitos que também são nossos, variando muito com as famílias de cada um.
    Imagino que a "Ordem" seja a Ordem da Lapa, no Porto, de que falei precisamente no último post, a propósito de uma peça de faiança que lá existe.
    São estes comentários que dão sentido e cor a este blogue e por isso lhe agradeço. Apareça sempre!
    Cumprimentos

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    1. Cá estou de novo, cara Maria A.
      Muito obrigada pela rápida resposta.
      Foi mesmo para dar o meu testemunho que comentei.
      Sou de opinião que devemos dar a conhecer o que sabemos, ou o que recebemos de gerações anteriores à nossa; transmitir tudo isso às gerações seguintes, para que o saber, o conhecimento, e as tradições, não se percam.
      No caso do chá, não somos um país de "chalados" -(Lol!), mas acho que somos um povo com tradição. E, já agora, quando eu era criança não havia a quantidade de sumos e refrigerantes que há agora, e faziam-se refrescos diversos; um deles era a "água chalada", que era um chá misturado com água (para ficar mais fraco), açúcar e, se quisesse, uma casca fininha ou a rodela de limão.
      Acertou, eu nasci na Ordem da Lapa, já lá vão quase 65 anos...
      Fiz outros comentários, mas acho que me esqueci de "assinar" (no serviço de chá Arte Déco, e nas porcelanas da V.A.).
      Gostei imenso da forma como escreve e como elucida.
      Cumprimentos.
      Ana Maria

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    2. É também essa atitude que me motiva, Ana Maria, partilhar o mais possível o que vou sabendo sobre cerâmica e não só, mas ao mesmo tempo tenho aprendido imenso desde que iniciei o blogue.Não só recebo muita informação de outros bloggers, colecionadores e amantes de velharias, mas para escrever os textos vou fazendo sempre pesquisa e alargando conhecimentos.
      Da minha infância, temporalmente próxima da sua, lembro-me sobretudo das limonadas, mas havia as gasosas, o Canada Dry,..., não me lembro desses refrescos "chalados" :)
      Mais uma vez lhe agradeço as suas achegas.
      Um abraço

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  14. Olá Maria A.
    Mais uma vez! Ainda bem que me pôs à vontade para as minhas "achegas". Eu quando me ponho a escrever, nunca mais paro, e não quero ser intrometida, nem aborrecida.
    A "água chalada" a que me refiro, era feita em casa, no momento em que apetecia, ou no copo, ou num grande jarro (caneca).
    Depois, em África, embora houvesse muitos refrigerantes (incluindo a Coca-Cola que aqui não existia), bebia-se muito chá gelado.
    Para ser mais prático, fazia-se um chá bastante forte, deixava-se arrefecer um pouco, colocava-se nas cuvettes de gelo, e levava-se ao congelador. Quando era preciso, era só colocar os cubos de chá gelado e misturar com água e rodelas de limão. Fazia-se o mesmo, mas com café.
    Já que o tempo da sua infância é mais ou menos próximo do meu, está lembrada do "mazagran"? Era um refresco de café, água, e rodelas de limão, podendo ser açucarado ao gosto do freguês. Era servido em qualquer café ou salão de chá (ou fazia-se em casa).
    Se não estou em erro, foi no Café "Guarany" - Porto, que fiquei admirada por ver na lista o "mazagran". Não foi há muito tempo. Pedi, tomei, mas não me soube ao mesmo gostinho da infância.
    Lembro-me do que fala - as gasosas, que eram tão boas, Canada Dry... E os "pirolitos", que era o género da gasosa, mas a garrafa não tinha rolha, era uma "bola" de vidro que se metia para dentro (acho que a piada daquilo estava na bola...). Se não me engano, as rolhas das gasosas eram presas com um fio de cordel, que depois se cortava (será imaginação minha, ou era mesmo isso)?
    Foi bom trocar recordações, que também lhe agradeço.
    Um abraço.
    Ana Maria

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    1. Ana Maria, acredito que os hábitos alimentares e o consumo de refrigerantes no clima tórrido de África fossem muito diferentes da metrópole. Tive familiares em Moçambique e sei como estranharam isto aqui quando regressaram em definitivo. Por exemplo, eu não conhecia esse "mazagran"...
      É bom recordar os tempos de infância e de juventude e ao mesmo tempo deixa-se testemunho de vivências irrepetíveis e que devem soar estranhas aos jovens de hoje...
      Abraços

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